NELLY EM LISBOA NO DIA 10 DE JUNHO
A cantora Nelly Furtado volta a Portugal no início do Verão para actuar a 10 de Junho (Dia de Portugal), em Lisboa, no âmbito da 10.ª edição do Festival Super Bock Super Rock (SBSR), a realizar no Parque Tejo, junto ao Parque das Nações, entre os dias 9 e 11.
Nelly é, assim, o terceiro nome confirmado para o evento, apresentando-se no dia a seguir aos já anunciados norte-americanos Korn e Linkin Park (dia 9).
Trata-se da segunda vez que a luso-canadiana vem ao nosso país, depois de um primeiro espectáculo realizado a 4 de Novembro de 2001 nos Jardins de Belém, então de promoção ao seu álbum de estreia ‘Whoa Nelly!’.
Desta feita, Nelly Furtado virá até nós apresentar o seu mais recente trabalho de originais, ‘Folklore’, um disco de inspiração, lançado em Novembro do ano passado e recheado de alusões a Portugal.
PEDRADA NO CHARCO
Nascida em Victoria, no Canadá, e filha de portugueses emigrados dos Açores, Nelly Furtado é hoje um dos nomes mais conceituados da pop contemporânea, tendo surpreendido tudo e todos logo à data de edição do álbum de estreia, em 2000. E não era para menos. ‘Whoa Nelly!’ foi considerado por muitos uma pedrada no charco, um disco auspicioso, leve, fresco e renovador, como, de resto, o provaram os temas ‘I'm Like a Bird’, ‘Turn Off The Light’ e ‘Shit On The Radio (Remember the Days)’.
Na altura, a crítica especializada não se cansou de suspirar por mais e elogiar aquela menina franzina de olhos claros que falava de um "modo estranho" e que, ainda por cima, tinha uma história daquelas que todos gostam de ouvir. Consta da sua biografia, que antes de se ter dedicado definitivamente à música, Nelly ajudava a mãe a arrumar quartos de hotel.
Tendo sido por várias vezes galardoada com os prémios Juno (os mais importantes da música no Canadá), a cantora recebeu também em 2001 quatro nomeações para os Grammy, arrecadando o de melhor voz feminina precisamente com ’I'm Like a Bird’.
O talento de Nelly foi reconhecido não só pela crítica, mas também pelos colegas de profissão, de tal forma que chegou a fazer as primeiras partes dos irlandeses U2 e a cantar com nomes tão sonantes como Elton John ou Aretha Franklin.
FAMÍLIA NÃO SERÁ ESQUECIDA
Ainda a viver a beleza da maternidade, Nelly Furtado não deverá vir sozinha a Portugal. Em entrevista ao CM, em Novembro passado, a cantora garantiu que a sua “vida familiar nunca seria afectada pelo seu trabalho” e que, quando iniciasse uma nova digressão, iria “levar a sua filha para todo o lado”, pelo que não será de mais dizer que é quase certo que a pequena Nevis, de apenas quatro meses, venha a ser uma das espectadoras atentas ao espectáculo, quem sabe ao colo do pai, o DJ Lil Jaz, que também participou no novo disco de Nelly.
A cantora, que já na altura revelou a intenção de regressar a Portugal por alturas da Primavera e passar férias nos Açores, afirmou que o novo espectáculo é substancialmente diferente, sobretudo pela existência de uma banda em palco.
Sobre o disco, aquele que, no fundo, serve de pretexto para o regresso a Portugal, Nelly afirmou que é um álbum com uma forte presença portuguesa. “A inspiração veio dos períodos de férias que passei em Portugal durante a minha infância e adolescência. As canções deste disco falam da cultura portuguesa, da emigração, da religião, da nostalgia e também paixão”, disse.
Quanto ao título, ‘Folklore’, nem esse foi posto por acaso: “Explorei sobretudo o folclore pelas suas ambiências tradicionais, carregadas de misticismo e mistério. Lembro-me de sentir coisas muito especiais nos Açores, como a magia e a profundidade que agora estão impressas nas minhas canções”.
E para quem acha que tudo isto é conversa de artista, basta escutar com atenção alguns dos temas, como ‘Island of Wonder’, que fala dos Açores e de alguns mitos ligados às ilhas, ou ‘Picture Perfect’, no qual a cantora se refere ao tempo em que os pais emigraram para o Canadá em busca de um ideal.
De resto, a utilização de diversas palavras em português como ‘explode’ ou ‘força’, bem como a inclusão de instrumentos como o acordeão ou o banjo, não deixam esconder a relação de grande proximidade que a cantora ainda mantém com Portugal.
Menos hip-hop do que o anterior, ‘Folklore’ é, segundo Nelly, um disco que abrange mais gente. Para confirmar ao vivo.
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