'O COITO É UMA ARTE'
Sabia que, se uma mulher fingir, durante três anos, que tem um orgasmo, acabará por ter um orgasmo a sério? E que, em pleno século XXI, ainda há raparigas que acreditam que não engravidam se fizerem uma infusão de Coca-Cola com limão depois do coito?
Esta – e muitas outras curiosidades sobre sexo – são para aprender com o espectáculo ‘Zen ou a Arte da Queca’, que Amélia Videira apresentou à Comunicação Social na semana passada no Centro Cultural da Malaposta, no Olival Basto, e com o qual pretende fazer uma digressão – nacional e internacional – no próximo ano.
O projecto é original: cansada de não ter trabalho em teatro, a actriz que o grande público conhece de séries como ‘Queridas e Maduras’ ou de telenovelas como a recente ‘A Senhora das Águas’ (ambas da RTP1), decidiu que tinha chegado a hora de tomar o destino nas próprias mãos.
“Estive nove anos sem pisar os palcos e tinha de quebrar este ciclo. Claro que tem havido uns trabalhos em televisão, mas teatro, nada. Deserto. E senti que, se não fosse agora, arriscava-me a ficar mais nove anos parada”...
A PEÇA DO NOBEL
Depois de lançado um S.O.S. aos amigos, este texto chegou-lhe às mãos através de Tito Lívio, crítico e professor de teatro, que o trouxe de Espanha.
A recomendá-la, a peça trazia a assinatura de um Nobel da Literatura (Dario Fo) e da mulher e cúmplice das aventuras teatrais (Franca Rame), e tratava de um tema que nos interessa a todos: o sexo.
Num monólogo que mais parece uma conferência, Amélia Videira apregoa que “o coito é uma arte” e desmistifica alguns tabus que teimam em persistir, apesar da Revolução Sexual dos anos 60 e do espírito aventureiro – leia-se promíscuo – que impera nos nossos dias.
Quem é que sabe, por exemplo, que há homens que não sentem prazer no acto sexual? Mesmo com erecção e ejaculação...
SIMPLICIDADE
E tudo o que Amélia Videira precisa para montar este espectáculo é de um púlpito, de uma cadeira e de um quadro... O resto, fá-lo o texto – divertidíssimo e muito pedagógico – e a capacidade da actriz para comunicar com o seu público.
Até ao momento em que falou com o Correio da Manhã, Amélia Videira tinha agendado uma representação de ‘Zen ou a Arte da Queca’ em Tomar, marcada para 14 de Fevereiro de 2004, Dia dos Namorados.
Mas os contactos prosseguem com as câmaras municipais do País e com o Brasil e os PALOP - Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.
“O objectivo é fazer o espectáculo uma vez por mês, onde quer que as pessoas o queiram ver. Com a minha idade, não há que ter receio de nada, há que avançar. A única coisa que não posso fazer, aos 58 anos, é ficar à espera que me convidem para fazer seja o que for”.
Contactos para 96 277 65 45.
Como as coisas boas atraem outras coisas boas, recentemente Amélia Videira recebeu um convite irrecusável. Da parte de Camilo de Oliveira, um nome que dispensa apresentações. “Estou a fazer ‘O Padre Camilo’ em Alhandra, mas o Camilo de Oliveira tem projectos grandes para o futuro. Projectos com pernas para andar. Ele quer formar uma companhia e, se tudo correr bem, eu farei parte do elenco. Até lá, continuamos a apresentar esta comédia em Alhandra, onde estamos a ser muito bem recebidos pelo público”.
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