O teatro ficou sem a sua mestre. Morreu Fernanda Lapa

Calou-se, aos 77 anos, uma das figuras mais talentosas e inconformadas da cultura nacional.

07 de agosto de 2020 às 01:30
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Fernanda Lapa soube, “desde cedo”, que o teatro seria a sua vida. E assim foi, com todas as suas alegrias e dissabores. “Este País não é para artistas, nem para velhos, nem para novos”, disse, há dois meses, no podcast ‘A Beleza das Pequenas Coisas’, ao falar sobre o futuro das artes em Portugal. “Tenho tido desgostos profundos, mas sou uma privilegiada”, rematou a atriz e encenadora que morreu ontem, aos 77 anos, em Cascais, onde estava hospitalizada. Segundo apurou o CM, lutava contra um cancro.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa enalteceu a “voz interventiva nas questões do teatro, cultura e intervenção cívica”, enquanto o primeiro-ministro António Costa a recordou como uma lutadora que “nunca calou a voz para defender o papel das mulheres”, afirmando que a sua falta será sentida.

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Nascida a 11 de maio de 1943, em Lisboa, Fernanda Lapa, irmã mais velha da atriz São José Lapa, fundou em 1995 a Escola de Mulheres, cuja ideia era privilegiar a criação e o trabalho feminino no teatro. “Homens e mulheres têm o dever imperioso de lutar por um teatro digno do País e por uma classe teatral dignificada”, defendeu a atriz, que deixa duas filhas, Marta e Ana (também era mãe de Mónica, que morreu em 2001).

O velório da atriz realiza-se hoje a partir das 18h00, na Escola de Mulheres (Clube Estefânia), em Lisboa. O funeral parte amanhã, pelas 16h30, para o crematório no Centro Funerário de Cascais, em Alcabideche.

Em comunicado, a família de Fernanda Lapa pediu que, em vez de flores, fosse doado o valor das mesmas à família do ator Bruno Candé Marques, morto a tiro em Moscavide no passado dia 25 de julho.

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