Pauliteiros de Miranda são Património Cultural Imaterial
Objetivo final é levar as danças rituais mirandesas à apreciação da UNESCO.
As Danças Rituais dos Pauliteiros nas Festas Tradicionais de Miranda do Douro, uma das mais ancestrais tradições mirandesas, entraram ontem no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI), segundo anunciou o Instituto Público Património Cultural. Mas o objetivo é ir mais longe e torná-las património mundial reconhecido pela UNESCO, conforme garantiu ao Correio da Manhã Helena Barril, presidente do município, entidade responsável pela apresentação da candidatura.
“Acordar hoje com esta notícia é uma grande felicidade e orgulho. Como se diz em mirandês: ‘Hoije stamos shenos de proa’. É o assentar da cultura e de uma marca identitária do nosso território”, confessou ao CM.
São oito as festas em que as danças rituais mirandesas marcam presença, sendo as mais conhecidas a Festa dos Moços ou S. João Evangelista (Constantim). Os grupos de pauliteiros integram um gaiteiro, um tocador de caixa e um tocador de bombo. Na aldeia de Constantim junta-se-lhes um tamborileiro ou ‘tamboriteiro’, como é designado em Miranda. Para 2026, após as eleições autárquicas, ficará a candidatura à UNESCO. “É isso que queremos, sabendo que será um processo muito rigoroso e exigente, para o qual é preciso mobilizar influências. Mas temos tido apoio, inclusivamente a nível internacional, para avançar nesse sentido”, rematou Helena Barril.
PORMENORES
Origens
Os romanos terão sido os responsáveis pela propagação da dança pírrica (com o uso de armas a simular uma batalha), nesta região.
Grupos
Quando a candidatura tomou forma, em 2021, existiam 12 grupos de pauliteiros em Miranda, mas o processo atraiu “gente nova”. São agora 20.
Tradição
Reza a tradição que são os homens que bailam os ritmos de Miranda. A primeira formação feminina (Pauliteiras de Malhadas) surgiu há 20 anos.
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