Poeta e ensaísta Fernando Guimarães morre aos 97 anos

Construiu uma obra literária que o consagrou como um dos maiores poetas portugueses das últimas gerações, destaca a editora, que há décadas publicava a sua obra.

11 de julho de 2025 às 13:34
Poeta e ensaísta Fernando Guimarães Foto: Edições Afrontamentos/Facebook
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O poeta, ensaísta e tradutor português Fernando Guimarães morreu esta sexta-feira, aos 97 anos, anunciou a editora Afrontamento na sua página de Facebook.

Nascido a 3 de fevereiro de 1928, Fernando de Oliveira Guimarães formou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, tendo sido professor do ensino secundário e investigador do Centro de Estudos do Pensamento Português da Universidade Católica.

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Publicou o seu primeiro livro de poesia em 1956 e, desde então, construiu uma obra literária que o consagrou como um dos maiores poetas portugueses das últimas gerações, destaca a editora, que há décadas publicava a sua obra.

Fernando Guimarães lançou dezenas de ensaios de teoria e crítica literárias, nos quais aborda a evolução da poesia portuguesa desde o final do século XVIII até aos dias de hoje.

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Como tradutor, verteu para a língua portuguesa obras de Byron, Shelley, Keats, Dylan Thomas e D.H. Lawrence, entre outros grandes poetas e escritores consagrados.

Ao longo da sua vida, colaborou em diversos jornais e revistas, como O Comércio do Porto, Árvore, Estrada Larga, Eros (que codirigiu entre 1951 e 1958), Bandarra, Colóquio-Letras, Persona, Sema e Jornal de Letras.

Ao longo da vida, Fernando Guimarães foi distinguido com diversos prémios literários, tanto por obras específicas, como pelas suas traduções e ainda pelo conjunto da sua obra, nomeadamente da Associação Portuguesa de Escritores, Associação Internacional de Críticos Literários, PEN Clube, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Casa de Mateus, Fundação Luís Miguel Nava, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Universidade de Évora.

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No dia 9 de junho de 1995 foi nomeado Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, e já este ano, em abril, recebeu o Prémio Vida Literária Vítor Aguiar e Silva, uma distinção instituída pela Associação Portuguesa de Escritores com o apoio do Município de Braga, "pelo rigor e a coerência da reflexão ensaística e do seu trabalho poético".

Entre as suas principais obras de poesia e ensaio literário publicadas, contam-se títulos como "O Anel Débil" (1992); "Uma Homenagem a Guilherme de Castilho" (1994, com Isabel Pires de Lima); "Limites para uma Árvore" (2000); "Os Caminhos Habitados" (2013); "A Terra Se É Leve" (2017); "Junto à Pedra" (2019); "Os Outros Movimentos Literários. Encontros e roturas a partir do século XIX" (2020); "Poética do Modernismo. Entre a Modernidade e a Pós-Modernidade" (2023); "Das Mesmas Fontes" (2023); "Sobre a Voz (2024)", entre outros.

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