PORTUGAL E O IMPÉRIO MOGOL
Um magnífico conjunto de peças artísticas que testemunham as trocas culturais entre os portugueses e o Império Mogol, ao longo dos séculos XVI e XVII, pode ser apreciado na exposição ‘Goa e o Grão-Mogol’ a inaugurar hoje, às 18h30, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.
A mostra, comissariada por Nuno Vassalo e Silva (director adjunto do Museu Calouste Gulbenkian) e Jorge Flores (assistente da Universidade de Aveiro), revela a relação e o diálogo entre dois grandes impérios e a forma como se influenciaram, tanto a nível político como cultural.
O Império Mogol correspondeu a um dos períodos mais sofisticados da história da arte mundial, tendo incorporado várias influências, encorajadas pelo espírito de abertura dos imperadores.
As cerca de 120 peças expostas, algumas das quais nunca antes mostradas no Ocidente, são exemplos dessa muita assimilação dos elementos artísticos, ornamentais e temáticos das duas culturas, segundo declarou Nuno Vassalo e Silva.
“Houve uma influência mútua do ponto de vista plástico, com a introdução de novos elementos artísticos, ornamentais e temáticos das duas culturas”, acrescentou.
Em termos de fronteiras políticas actuais, o Império Mogol corresponde ao Norte da Índia, Paquistão, Bangladesh, Afeganistão, uma parte do Irão e, ao Sul, até ao planalto do Decão.
LIVRO APROFUNDA
A exposição foi dividida em cinco núcleos temáticos, centrando-se no século XVI e no primeiro terço do século XVII, embora inclua algumas peças do século XVIII. As obras são oriundas de colecções particulares e públicas de Portugal, Inglaterra, Irlanda, Rússia, França e Estados Unidos da América.
‘Ligando os Impérios’, ‘A Corte dos Firangis e a Corte dos Mogores’, ‘Entre Religiões: o Cristianismo num Império Muçulmano’, ‘Imagens Cruzadas. Visões do Ocidente na Arte Mogol’ e ‘A Influência da Arte Mogol na Produção Artística Portuguesa’ são os cinco núcleos.
Para completar a exposição, foi editado livro (Scala Publishers), que aprofunda e desenvolve os primeiros contactos entre portugueses e mogóis.
A mostra está patente até 5 de Setembro, todos os dias (excepto segundas-feiras e feriados) das 10h00 às 18h00.
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