PR condecora U2

A distinção à banda irlandesa deve-se ao seu “mérito artístico” aliado à constante “defesa de causas humanitárias e dos direitos humanos”, de acordo com um comunicado emitido ontem pela Casa Civil do Presidente da República.

Desta forma, os músicos Paul Hewson (Bono), Adam Clayton e Dave Evans (The Edge) e Larry Mulen Jr. passarão a ser membros honorários da Ordem da Liberdade, a qual reúne “pessoas que revelaram interessse e abnegação em favor da colectividade”.

A homenagem é concedida num momento em que os U2 vivem “um momento de maturidade artística e grande reconhecimento à escala global” e também pelo estreitamento da “ligação da banda a Portugal”, onde, recorde-se, realizaram, em 2004, as fotografias para o mais recente álbum, ‘How To Dismantle An Atomic Bomb’.

O comunicado realça a importância do envolvimento dos U2 na questão da dívida dos países do Terceiro Mundo para o agendamento público desta matéria (que culminou no Projecto Jubileu 2000) e em causas como a Amnistia Internacional ou a Greenpeace. Além das causas nobres, o comunicado relembrou ainda canções que o grupo compôs especialmente para ‘alturas de crise’, como ‘Miss Sarajevo’ (confrontos na ex-Jugoslávia), ‘Wal On’ (de apoio à birmanesa Aung Sam Suu Kyi) ou ‘Love From Short Distance’ (verdadeira carta aberta ao povo de Timor-Leste).

No domingo, os U2 entram em palco às 22h00.

BEIJO DE BONO NA MEMÓRIA

Um beijo na face foi quanto bastou para Bono protagonizar um memorável episódio em palcos lusos, que envolveu Rita Carmo, repórter fotográfica. A 15 de Maio de 1993, os U2 traziam a Portugal a ‘Zooropa Tour’, digressão revolucionária dada a utilização massiva e aparatosa do conceito multimédia. Rita Carmo tinha, à época, 23 anos, e estava a dar os primeiros passos na fotografia para o jornal ‘Blitz’, onde ainda hoje trabalha. Junto ao palco, no local reservado aos profissionais da imagem, debatia-se para captar o ‘melhor ângulo’ de um Bono irrequieto, que empunhava uma câmara de filmar e brincava com as objectivas dos fotógrafos. De repente, o cantor tira-lhe a câmara e pespega-lhe um beijo. “Talvez tenha sido por ser rapariga”, tenta justificar Rita Carmo ao CM. “Foi um momento muito especial, até porque era (e sou) fã dos U2. Ficou na minha memória e não só. Ainda hoje, muita gente me fala desse dia”, conta.

Segunda-feira, 8 de Agosto de 2005. O cansaço é geral. Estamos sem forças depois do monumental concerto do dia anterior. Para descomprimir, decidiu-se ir até ao centro de Barcelona, Las Ramblas, para o almoço e para aproveitar para conhecer a linda cidade um pouco melhor. Como não podia deixar de ser, o futebol marcou presença com muitos fãs a exibirem orgulhosamente as camisolas dos seus respectivos clubes. As únicas conversas que se ouvem são referentes ao concerto. Foi algo de transcendente. Quem viu os U2 pela primeira vez, não consegue esconder a alegria. Las Ramblas estava repleta de gente e de animação.

Após o almoço, fomos conhecer o Hard Rock Café onde encontrámos mais fãs portugueses que tinham ido ver o concerto.

Continuamos os passeios pela cidade mas com um objectivo diferente: a organização decidiu dar uma festa U2 à noite e era necessário comprar comes e bebes para todos. Chegámos à residencial com muita ansiedade para ver se a nossa entrevista e performance de ‘Sometimes You Can’t Make It On Your Own’ iria aparecer na Antena 3 espanhola, o que não se confirmou para tristeza nossa. A festa correu conforme esperado: muita conversa. Tema principal o sexo dos anjos, ou seja, qual o melhor: ‘Achtung Baby’ ou ‘The Joshua Tree’? Não houve vencedor, mas todos concordaram que os U2 são os melhores!

O CM publica esta semana o diário de viagem do grupo de fãs U2 Portugal, U2 dot e U2 PT que acompanha os concertos em Barcelona e Madrid.