RIEFENSTAHL ESTREIA FILME AOS 100 ANOS
Leni Riefenstahl é nome que poderá não dizer muito a muita gente mas, acrescentando-se que se trata da fotógrafa e realizadora predilecta de Adolfo Hitler, já o anonimato lhe foge.
Com efeito, Leni tornou-se mundialmente famosa e também mal--amada graças às “boas graças” do ditador alemão: factura que paga até hoje quando se prepara para celebrar... cem anos! E vai estrear o novo trabalho: “Impressões Subaquáticas”.
A realizadora do documentário de 1934, “Triunfo da Vontade”, um dos muitos que alimentaram a propaganda nazi, desde sempre, primou pela determinação e nunca a idade lhe foi obstáculo.
Recorde-se que, aos 72 anos, esta mulher mergulhava nos mares das mais exóticas paragens a fim de lhes fotografar a imensidão e, há apenas três anos, sobreviveu mesmo ao despenhamento de um helicóptero no Sudão, onde se encontrava a recolher elementos sobre Nuba, uma tribo local.
FASCÍNIO PELO MAR
Em entrevista recente e rara, Leni, pela primeira vez, lamentou a idade e as sequelas que chegam com ela, afirmando que o tempo e a doença estão contra si e lhe atrapalham a (hiper) actividade mas... “Nem por isso trabalho menos!”
Com efeito, Leni tem já concluído e pronto a estrear, no já próximo mês de Agosto, o seu primeiro filme nos últimos 50 anos, um de muitos que realizou sobre um dos seus temas preferidos, o fundo do mar.
“O mundo subaquático fascina--me pelo muito que me dá de misterioso e surpreendente”, comentou.
Trata-se de um documentário de 50 minutos, fruto de seis anos de rodagem, intitulado “Impressões Subaquáticas”, com estreia marcada e lançamento em DVD para o próprio dia de aniversário da veterana cineasta: 22 de Agosto.
REABILITAÇÃO
Entretanto, nos seus melhores dias, Leni Riefenstahl acredita que este está longe de ser o seu último trabalho e que o próximo será sobre Nuba, a comunidade tribal do Sudão, sobre a qual publicou já uma série de livros, excepcionalmente bem recebida pela crítica.
No futuro não espanta que o seu nome venha a ser reabilitado e liberado do rótulo de “favorita do ditador”, contra a sua versão de “grande ingénua”.
Para tanto muito pode contribuir a actriz, e também ela realizadora, norte-americana Jodie Foster que tem entre mãos o projecto de um filme sobre a vida e obra de Leni Riefenstahl.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt