Serralves nega e Ribas insiste: houve censura
Conselho de Administração da Fundação garante que não interferiu na preparação da exposição de Robert Mapplethorpe.
OConselho de Administração (CA) da Fundação de Serralves, no Porto, convocou a comunicação social para um encontro ao fim da manhã de ontem para negar que tenha havido censura na escolha das obras para a exposição do fotógrafo norte-americano Robert Mapplethorpe.
Ao fim da tarde, porém, o diretor artístico demissionário, João Ribas, enviou um comunicado às redações para reiterar que, durante a preparação da mostra, lhe foram "impostas restrições e intervenções que criaram um ponto de rutura em termos de autonomia artística".
A exposição, intitulada ‘Robert Mapplethorpe: Pictures’, inaugurou na quinta-feira e, no dia seguinte, João Ribas demitiu-se, alegando que "já não tinha condições para continuar à frente da instituição". Diz agora que das 179 obras previstas na mostra, só 159 estão expostas, e que duas das fotos retiradas, por conterem cenas de sexo explícito, foram tiradas da parede no próximo dia da inauguração, por pressão da administração.
A ex-ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, que pertence ao CA da Fundação de Serralves, tinha dito no domingo que foi o próprio João Ribas a "excluir 20 obras" da exposição, facto que "até nos preocupa um pouco, porque pagámos o custo de mais 20 obras que não foram usadas", afirmou à Lusa.
No mesmo dia, três dezenas de pessoas manifestaram-se em Serralves para pedir a demissão da administração da Fundação, nomeadamente da sua presidente, Ana Pinho.
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