Shakespeare cruel no Teatro do Bairro

Espetáculo não teve quaisquer apoios financeiros e os atores ganham à bilheteira.

22 de janeiro de 2018 às 01:30
Cenicamente, este ‘Sonho de uma Noite de Verão’ prima pela simplicidade. Aqui, importam as palavras Foto: Manuel de Almeida/Lusa
Cenicamente, este ‘Sonho de uma Noite de Verão’ prima pela simplicidade. Aqui, importam as palavras Foto: Manuel de Almeida/Lusa
Cenicamente, este ‘Sonho de uma Noite de Verão’ prima pela simplicidade. Aqui, importam as palavras Foto: Manuel de Almeida/Lusa

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Não há cenário, apenas o mínimo. Porque em William Shakespeare o que importa é a beleza das palavras. Pelo menos esse é o entendimento do encenador Luís Moreira, que acaba de estrear, no Teatro do Bairro, em Lisboa, uma versão minimalista do ‘Sonho de uma Noite de Verão’.

Em palco, atores como Alice Medeiros, Luís Barros e Teresa Tavares, dizem as palavras que o bardo escreveu e transbordam de emoção. Ciúme, inveja, vingança, mentira – tudo isso Luís Moreira encontrou no texto do século XVII, e tudo isso sublinhou. "O que mais me interessa na peça é a forma como revela como nós, seres humanos, somos conduzidos pelas nossas emoções – sobretudo por aquelas de que temos vergonha e que tentamos esconder", afirma o encenador.

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Neste ‘Sonho’ as personagens estão cheias de defeitos e, por isso mesmo, de humanidade.

Os atores, escolhidos pela "capacidade de dizerem texto em verso sem ser de forma mecânica, mas de maneira a passarem emoções credíveis", são, na maioria, conhecidos de Luís Moreira, que trabalhou com eles noutros projetos. Outros foram selecionados por casting. "Não queria vedetas, cheias de tiques. Queria pessoas completamente disponíveis."

PORMENORES

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Feito "sem um tostão"

O espetáculo de Luís Moreira, em cena no Teatro do Bairro até domingo, dia 28, não teve qualquer apoio e os atores aceitaram ganhar à bilheteira.

Espectador escolhe preço

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Os bilhetes para ‘Sonho de uma Noite de Verão’ custam entre 7,50 e 15 euros, sendo que é o próprio espectador que escolhe quanto quer pagar.

Ver de quarta a domingo

A peça é para ver de quarta a sábado às 21h30 e aos domingos às 17h00. À quarta-feira, Dia do Espectador, o bilhete só custa 5 euros.

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