Tindersticks celebrados pelos fãs

Terá sido um dos concertos mais conseguidos o que os Tindersticks ofereceram esta quarta-feira aos fãs lisboetas que encheram o Teatro Tivoli. De regresso ao nosso país, o quinteto britânico envolveu a audiência com um alinhamento que colocou o último disco 'The Waiting Room' em plano de evidência.

Em ambiente sóbrio e quase religioso, a figura de Stuart Staples dominou o cenário, num palco despido de adereços. Ao som do instrumental 'Follow Me', os músicos ocuparam os seus lugares para, de imediato, atacarem 'Second Chance Man' e 'Were We Once Lovers'.

Deu a impressão que a noite iria ser inteiramente dedicada ao novo trabalho, mas as dúvidas dissiparam-se com o clássico 'Sleepy Song'. A voz de Staples não estava no seu melhor, como o próprio confessou no final da atuação, mas esforçou-se por não cometer falhas. Foi também um dos poucos momentos em que se dirigiu aos seus fãs ao longo da hora e meia que durou o espetáculo.

A versão de 'Johnny Guitar', da banda sonora do 'western' homónimo de Nicholas Ray, foi um dos momentos da noite. Endossado por 'Medicine', o tema cantado por Peggy Lee encaminhou a audiência para as conhecidas 'She's Gone', 'If You're Looking' e 'The Other Side of the World'.

Quase que elas soaram a um pedido de desculpa para os Tindersticks voltarem de novo ao último álbum, e logo com cinco canções. 'Hey Lucinda', 'How He Entered', 'The Waiting Room', 'Planting Holes' e 'We Are Dreamers!' confirmam que, ao vivo, os temas ganham outra projeção, mas sentiu-se que o concerto estava a perder força.

'Show Me Everything', 'Say Goodbye to the City' e 'A Night So Still' dão um valente abanão no público, para depois a noite ser fechada, já em 'encore', com 'Sometimes It Hurts' e 'My Oblivion'. "Espero conseguir cantá-la até ao fim", disse Staples já com uma voz enrouquecida. Para a maior parte dos presentes, no entanto, o concerto superou as melhores expectativas.

Os Tindersticks vão agora para o norte do País, com a primeira paragem a acontecer esta quinta-feira (22h00) no Convento de São Francisco, em Coimbra, e no sábado (21h30), na Casa da Música, no Porto. As entradas variam entre os 20 e os 25 euros para o espetáculo na cidade dos estudantes, e 28 a 30 euros para o concerto na cidade invicta.