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Espiões russos em Lisboa

Octávio Pato entregou passaportes em branco ao KGB.

14 de março de 2016 às 10:43

Lisboa foi, entre 25 de Abril de 1974 e a dissolução da antiga URSS, em 1991, um centro nevrálgico do KGB, os serviços secretos soviéticos, que contava com a colaboração ativa do PCP, então liderado por Álvaro Cunhal, e de informadores de várias áreas, nomeadamente jornalistas.

Boa parte das ligações perigosas entre o PCP e o KGB foram descritas no livro ‘O Arquivo Mitrokhin - O KGB na Europa e no Ocidente’ (Dom Quixote, 2000). Mas agora surgem mais revelações com a abertura do resto do arquivo do dissidente Vasili Mitrokhin, depositado na Universidade de Cambridge. Segundo uma investigação de Paulo Anunciação publicada no ‘Expresso’, muitos espiões do KGB "foram recrutados por indicação do PCP". Os comunistas negaram e continuam hoje a negar, mas nos arquivos Mitrokhin um dos informadores, com o nome de código ‘Patrik’, era Octávio Pato, dirigente comunista e candidato à Presidência da República em 1976. Segundo o ‘Expresso’, Octávio Pato entregou ao KGB passaportes portugueses em branco para uso dos espiões. Segundo os arquivos Mitrokhin, "os comunistas em Portugal deram ao KGB materiais operacionais da polícia política PIDE/DGS".

O KGB tinha jornalistas de confiança em Portugal, a quem dava também nomes de código. Os espiões russos tentavam influenciar o rumo dos acontecimento em Portugal e tinham alvos definidos, como Mário Soares, a quem deram o nome de código ‘Merkuriy’.

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