Claro que ao longo de 10.000 anos de Civilização outras alternativas de relacionamento foram encontradas. Muitas das quais foram praticadas em diferentes culturas ao longo destes milhares de anos. O problema é que quando uma cultura adopta determinado modelo, exige que todos os demais o acatem, desprezando o facto inegável de que cada ser humano tem as suas necessidade e limitações.
Provavelmente, no paleolítico o homem vivia em bandos com a supremacia do macho alfa sobre os demais membros do seu clã. Seguindo os exemplos de vários tipos de mamíferos, é possível que esse macho dominante ficasse com o maior número de fêmeas que conseguisse administrar, cabendo as demais ao resto do bando.
Nesse período, o Ser Humano tinha um comportamento bastante primitivo, o qual permitia o domínio pela força, como as demais bestas. Mais tarde, com os primórdios da Civilização, surgiram formas diversificadas de relacionamento. Surgiram os dois grandes troncos, matriarcalismo e o patriarcalismo. Dentro deles, os modelos de casamento: monogamia, poligamia, poliandria, etc.
Monogamia
Originalmente, a monogamia foi uma boa ideia. Com ela, equilibravam-se numericamente as populações masculina e feminina, evitando confrontos entre os homens que ficassem sem parceiras. A monogamia ainda oferecia vantagens únicas para aquele período: evitavam-se as doenças sexualmente transmissíveis, para as quais não havia cura, e garantia-se a sucessão tanto genética como de bens hierárquicos. Era mesmo uma ideia genial. Tão genial que durou milénios.
No entanto, o Mundo mudou abruptamente nos últimos anos. Com todas as metamorfoses tecnológicas, sociais, culturais e económicas seria estultícia querer que as pessoas prosseguissem com um modelo de casamento feudal.
Por outro lado, se todas essas revoluções ocorreram no mundo num lapso tão curto, o nosso psiquismo precisa de mais tempo para se adaptar. O que fazer então?
A fórmula mágica da felicidade talvez esteja em respeitarmos a diversidade. Assim como respeitamos a diversidade religiosa e a diversidade de preferências sexuais e de formas de relacionamento. Num momento histórico em que mesmo sociedades conservadoras acatam os casamentos homossexuais, é um privilégio do cidadão levantar a questão do reconhecimento dos modelos individualizados de relacionamento afectivo.
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