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Correio da Manhã

Cultura
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Barrigada de riso

Quatro espectáculos (praticamente esgotados) em dois dias, reunindo 19 intérpretes sobre o palco do Teatro Armando Cortez, em Lisboa, serviram de ponto de partida para a nova aposta da Companhia de Música Teatral (CMT), ‘Grande Bichofonia’.
18 de Junho de 2007 às 00:00
'Grande Bichofonia' é uma exemplar paródia pedagógica
'Grande Bichofonia' é uma exemplar paródia pedagógica FOTO: Sara Sequeiros
Inspirado em animais que povoam o imaginário infantil – borboletas, caracóis, formigas, galinhas, pinguins e outros – Paulo Maria Rodrigues criou e encenou um musical com um contagiante ritmo e apurado sentido de humor, que João Raposo povoou com engraçadas e imaginativas imagens manipuladas e projectadas no momento.
Os cantores e músicos enchem a cena com toda a espécie de malabarismos vocais e corporais e tornam a ‘bichofonia’ interactiva interpelando, repetidamente, o irrequieto público. Citando músicas conhecidas e utilizando instrumentos com sons familiares, a colorida vertente musical da peça contrabalança com algumas reflexões sociais, tão críticas quanto certeiras, por vezes, demasiado sofisticadas para o espectro cognitivo do público de palmo e meio.
Ao elenco da CMT juntaram-se, em cena, alguns professores de música dos jardins-de-infância da capital (cuja autarquia financiou o projecto) que, através do bom ensino da música, têm vindo a enriquecer as actividades curriculares do 1.º Ciclo.
Esta exemplar paródia pedagógica povoada por bicharada frenética e artistas que transbordam talento e energia baseia-se no projecto ‘Enciclopédia da Música Com Bicho’, uma espécie de ópera doméstica em fascículos realizada por Paulo Maria Rodrigues, Jorge Leal e Helena Rodrigues, que continua em construção. E que, segundo Pargo Coelho, o ‘opinion maker’ do País das Capoeiras, é “um objecto transversal com fina ironia literária, oscilando entre o previsível e o inclassificável” recheado de “música bestial”.
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