Kriol Jazz Festival e Atlantic Music Expo dão uma energia especial à capital cabo-verdiana.
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O Kriol Jazz Festival abriu uma semana de boa música no bairro popular Vilanova. Um aquecimento aberto ao público antes da abertura oficial da 11ª edição do Festival que aconteceu no fim de semana seguinte.
A nova banda cabo-verdiana, Azágua, estreou o Zona Kriol deste ano. A música tradicional funde-se com som eletrónico do teclado de Dieg aliado à potente voz de fattú Djakité, à guitarra de Alberto Koenig (filho de Mário Lúcio, dos Simentera ), e à viola baixo de Nelly Cruz. Todos eles são vocalistas nesta banda que mostrou um bom entrosamento entre músicos que se conhecem há muito e que agora se juntam neste projeto.
O hip hop crioulo tem mais um nome a ter em conta, Trakinuz. Idolatrado pela juventude, Trakinuz deu um concerto marcado pela música interventiva. e terminou com um tema ritmado pelo Cotxi Pó, um estilo de música recente, uma evolução do Funaná frenético cada vez mais apreciado na Ilha de Santiago.
O concerto mais esperado da noite foi dos lendários Bulimundo, Zeca di Nha Reinalda entrou como sempre no coração de todos os Praienses. Logo com a primeira música, 'Bulimundo', o Bairro de Vilanova começou a cantar, com o tema ´Bragero´ a dançar. Uma grande surpresa foi a interpretação de `Homi Grande´, um tema de loony johnson com a participação deste Homem Grande que é Zeca di Nha Reinalda. O concerto terminou com a canção ´Tó Martins´, a mais esperada por um público que não conseguiu conter as lágrimas enquanto entoava o refrão.
A noite encerrou com Rincon Sapiência, brasileiro, de uma zona periférica de São Paulo, não escondeu a sua alegria por atuar neste bairro da Cidade da Praia onde se sentiu em casa.
Esta Segunda-feira deu-se o Inicio do Atlantic Music Expo(AME) Na Assembleia Nacional de Cabo Verde, A cantora cabo-verdiana Cremilda Medina cantou o seu disco ´Folclore' , um álbum de música tradicional cabo-verdiana. Da Argentina veio a enérgica banda ´La Yegros´, que mistura os sons tradicionais sul-americanos com batidas modernas. No final, o público foi ainda presenteado com uma atuação das batucadeiras ´Tradison di nos terra´, do bairro de Tira Chapéu da Cidade da Praia.
A morabeza do povo cabo-verdiano faz com que os profissionais da World Music, editoras discográficas, diretores de festivais de música, ou jornalistas da área, se sintam bem recebidos nesta mostra de artistas que tentam expandir a sua música além fronteiras.
O segundo dia de AME arrancou ao início da tarde no Palácio da Cultura Ildo Lobo, Neuza apresentou o seu segundo álbum 'Badia di Fogo' a energia da cantora cabo-verdiana agora residente nos Estados Unidos, contagiou os profissionais da World Music presentes com os ritmos Talaia Baixo e Coladeira. Interpretou também o tema 'Izilda', uma morna que escreveu onde canta as últimas palavras da sua mãe antes de perder a vida.
Também Nancy Vieira teve um concerto marcante na Rua Pedonal do Plateau da Cidade da Praia. Muito bem recebida por um público que conhece bem o seu trabalho.
O canadianos ´Qualité Motel' apresentaram uma divertida música electrónica. Krystel apresentou a música mais pesada de Madagáscar numa noite fechada pelos 'Guiss Guiss bou Bess' com ritmos tradicionais com arranjos modernos e dançantes.
terceiro dia de Ame, 'Soul Bangs da Guiné Conacri cantou no seu terceiro trabalho, 'Yelenna'. Mónica Pereira apresentou o seu recente trabalho 'Mulher do Sol' uma voz poderosa e encantadora com raízes na Guiné Bissau. 'Ga da Lomba', mais um rapper da Cidade da Praia, depois de uma passagem pelos Estados Unidos, onde aprofundou o seu interesse pelo Hip Hop, voltou para Cabo Verde onde faz música de contestação, e foi a sua rebeldia que apresentou em palco. Os 'Continuadores', de Moçambique apostam numa música mais experimental acompanhada com projeção de vídeos.
Último dia de Ame, o furacão Elida, não pára de surpreender. A experiência das digressões dos últimos anos continuam a faze-la crescer. A cumplicidade com Ernâni Almeida na guitarra, e Magic Santiago na Bateria mantém a banda muito coesa, e dá liberdade a Elida Almeida para encher o palco, seja com o seu batuque, as suas coladeiras ou o seu funaná. Miroca Paris, um dos grandes percussionistas deste mundo, tocou muito tempo com Cesária Évora por quem era muito acarinhado. Gravou recentemente um disco em que canta e toca guitarra. Chama-se 'Joana' e foi apresentado e apreciado na Cidade da Praia. O sul-africano Bongeziwe fechou o Ame com a sua música afro-folk.
O kriol Jazz Festival abriu com a portuguesa Cuca Roseta, um concerto muito esperado pelos praienses a quem muito agradou o fado e a música tradicional portuguesa, interpretou Barco Negro de Amália, e não faltou Alecrim aos molhos para dar um saborzinho à sua atuação.
Mário Lúcio e os Simentera, um regresso pontual com a sua banda, com Tete Alhinho e Teresinha Araújo, que marca a celebração dos 40 anos de percurso do cantor cabo-verdiano. 'Fomi 47' foi um dos temas num concerto que contou também com faixas do seu último disco 'Funanight'.
O samba chegou do Brasil com Zeca Pagodinho, consigo veio a banda ' Muleke'. A cidade sambou alegremente, enquanto a o grande nome da música popular brasileira cantava e saboreava um vinho tinto.
Tito Paris deu mais um grande concerto. Em Cabo Verde está em casa. De 'Ami djan cria ser poeta', a 'Nha Pretinha' até ao recente trabalho 'Mi ku Bo' , o público cantou todos os temas até ao fim do espectáculo.
O projeto D'Alma Lusa é composto por cinco nacionalidades lusófonas, o seu show mistura as vozes de Anabela Aya (Angola), Karyna Gomes (Guiné Bissau), Roberta Campos (Brasil), Mirri Lobo (Cabo Verde), Cuca Roseta (Portugal) e o saxofone de Otis (Moçambique) . Cuca Roseta cantou em dueto com Mirri Lobo num concerto onde Anabela Aya também surpreendeu com o seu jazz. A atuação foi finalizada com a participação de todos na música Sodade.
Os cubanos El Comité, uma orquestra de músicos bem dispostos com uma energia contagiante, terminaram a noite. No dia seguinte, sábado, última noite de KJF, o palco abriu com o blues do norte-americano Lucky Peterson. Ainda um concerto de Rougaiverde, uma dupla formada por Tiloun ( Ilhas Reunião) e Élida Almeida onde chegaram a cantar uma música em bilingue. Dos Estados Unidos veio Stanley Clarke. O baixista e contrabaixista que conta com quatro Grammys na sua carreira, deu um dos grandes momentos de jazz deste Festival.
A cereja no topo do bolo, a fechar o Kriol Jazz Festival, Mayra Andrade. Um recinto repleto de gente. Muitos teenagers se apoderaram do espaço junto ao palco. para contagiar com a sua energia a artista cabo-verdiana, sempre que a música permitia os adolescentes cantavam um repetido e ritmado 'Oh Mayra!'. Nem a banda escapou a esta ovação, à medida que era apresentada também os jovens gritavam energicamente os seus nomes. Surpreendida e comovida com esta receção na Cidade da Praia, Mayra respondeu com toda a sua força, toda a banda foi incansável. Do Funaná de 'Tunuka' à sensualidade de 'Manga', a Praça Luiz de Camões cantou e dançou no melhor concerto desta edição do KJF. Inesquecível certamente também para a cantora cabo-verdiana.
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