Com uma casa muito bem composta, em noite chuvosa e de selecção nacional de futebol, o cavaleiro João Moura sentiu o reconhecimento dos aficionados pela sua carreira de 40 anos ininterrupta, que fez do senhor de Monforte uma importante figura da Tauromaquia mundial.
Antes de se iniciar o espectáculo foi descerrada no átrio principal uma lápide alusiva à efeméride, tendo Paulo Pereira, Relações Públicas do Campo Pequeno, feito uma resenha da carreira de João Moura. Seguiu-se uma intervenção de Fado, por Manuel da Câmara que interpretou "Olé, olé João Moura".
O espectáculo, dirigido por Pedro Reinhardt, assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva, abriu com as cortesias nas quais participaram João Moura, os dois filhos cavaleiros e o filho mais pequeno Tomás Moura de sete anos de idade. João Moura lidou o 1º e 4º.toiros, respectivamente de Manuel Coimbra e Romão Tenório. Não esteve muito feliz na lide do que abriu praça embora cravasse um bom ferro comprido e dois curtos muito bons. Mas no seu segundo João Moura mostrou-se como verdadeiro senhor das arenas com uma lide de raça, muito aplaudida. Seguiu-se a lide de João Moura Jr. com um toiro Coimbra e o cavaleiro esteve em plano excelente cravando ferragem de muito mérito.
No 5º., de Romão Tenório, teve também uma grande actuação, rematada com um bom ferro de palmo. Mas, o triunfador da noite foi sem qualquer dúvida a do benjamim Miguel Moura. Duas actuações de elevada classe, tanto no toiro de Romão Tenório, como no que encerrou a corrida de Manuel Coimbra. Boas preparações, escolha acertada dos terrenos e ferros de enorme mérito. Realce-se o espectacular ferro comprido em sorte de gaiola que fez levantar a assistência. Uma noite de triunfo em homenagem a seu pai.
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Os forcados de Portalegre, João Fragoso (à 2ª.) e Ricardo Almeida, excelente pega, os de Arronches, Manuel Cardoso, uma pega enorme e Fábio Mileu (à 2ª.) e os de Monforte, Nuno Toureiro, grande pega e Pedro Peixoto, que brindou a pega a Armando Esteves Pereira, do CM, tiveram uma noite de muito querer e determinação perante toiros de peso e força.
Seguiu-se a novilhada com o novilheiro João Augusto Moura a tourear um novilho da sua ganadaria, Torre d'Onofre, pequenote e sem força. O toureiro esteve correcto com o capote, numa bonita série de verónicas e "tafalleras". Brindou a faena de muleta ao matador Julian Lopez "El Juli" e não conseguiu brilhar perante a fraqueza do novilho que caía constantemente.
Pena, porque o novilheiro sabe o que faz e tem suficientes dotes para subir ao patamar mais elevado. Pedro Reinhardt dirigiu com a habitual serenidade e competência.