Um poema que se tornou um caso sério de sucesso num País onde se lê cada vez menos. Ainda por cima com uma divulgação viral nas redes sociais e atribuído a Sophia de Mello Breyner Andresen, que morreu há quase 15 anos.
Houve quem gostasse e quem detestasse e o caso virou tema de conversa online com críticos a desdenhar da escrita e outros, gostando ou não, a duvidar da autoria do poema.
Certo é que, pela temática, com homenagem a temas recorrentes de Sophia, havia quem acreditasse ser mesmo da célebre poetisa. Por fim, surge a resposta.
O poema é, na realidade, da juíza Adelina Barradas de Oliveira, que nunca teve qualquer intenção de ser confundida com uma das suas autoras preferidas. Apenas, e só, quis prestar-lhe homenagem, em julho de 2009, no dia em que passavam cinco anos sobre a morte da poetisa, mãe do jornalista Miguel Sousa Tavares.
"Afinal foi há 10 anos. E estava posta em sossego quando descobre o enorme desassossego provocado com o seu escrito. Mas como tudo na Vida e no Direito a César só o que é de César", esclareceu a juíza, no seu Facebook.
O poema de Adelina Barradas de Oliveira
"Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes...e calma"