Muito perto de fazer dez anos de existência, o LST, Lisboa String Trio, lança o quarto álbum, ‘Canções Concretas e Outras Histórias’, com a cantora Sofia Vitória. A apresentação vai ser feita no Teatro Ibérico, a 30 de junho.
O guitarrista José Peixoto falou ao CM sobre o grupo, e o novo trabalho realizado. "Começámos com uma formação com contrabaixo, guitarra portuguesa e guitarra clássica. Com o Carlos Barreto, Bernardo Couto e eu. Fizemos três discos. O ano passado, o Bernardo Couto, guitarra portuguesa, comunicou-nos que estava com uma agenda impossível para o passo que queríamos dar, que era a gravação de um novo disco, num formato um bocadinho diferente. A inclusão de uma voz. E nós demos o passo em frente. Em vez de substituirmos um guitarrista por outro guitarrista de guitarra portuguesa, fomos buscar outro instrumentista, o Marc Planells. Um catalão que vive cá há muitos anos, e que toca outros instrumentos: alaúde, sitar, percussão. Podia introduzir novas cores ao som do grupo, e não ficámos com aquela sensação de ficar aquém do formato original", refere o guitarrista, sobre a forma como o LST chegou ao quarto disco, que para além do trio instrumental, conta também com a voz de Sofia Vitória. "Endereçámos o convite à cantora, com quem eu já tinha trabalhado, o que permitiu, à partida, uma boa relação artística e humana. E chegámos a este disco, que tem uma particularidade: metade são canções com poemas do João Monge, e a outra metade tem a inclusão da voz como se fosse um instrumento, exceptuando um tema em que a Sofia toca percussão, e não canta", informa José Peixoto.
Um dos poemas de João Monge, ‘Laranjas com Versos’, é agora um dos temas que fazem parte do novo disco. "Estava incluído numa compilação de poemas que o João Monge fez, aqui há uns anos, e que me ofereceu, com a sugestão, ou desafio de um dia, se eu quisesse, fazer alguma coisa com eles, me sentir à vontade. Isto já foi há uns anos. E eu ia seleccionando aqueles que me parecia que faziam mais sentido estarem associados a música. ‘Laranjas com Versos’ foi um desses casos. É um poema curtinho, que é de uma grande sensualidade e intimidade, e que permitiu essa associação, que acho que funcionou bem, num tema que tem uma zona cantada e uma zona instrumental. Com uma improvisação, com solo de guitarra, que também é um dos ingredientes do LST. Acho que saiu muito bem, tudo, o arranjo, a prestação da Sofia e dos músicos. Estou muito satisfeito", realça o guitarrista.