A edição de hoje
Filme de João Botelho chega dia 11 às salas de cinema e depois percorre o interior do País e as escolas. Óleos de João Queiroz mostram a Lisboa de Eça.
A paixão louca e incestuosa de Carlos da Maia (Graciano Dias) e da sua irmã Maria Eduarda (Maria Flor) em ‘Os Maias’ chega às salas de cinema a 11 de setembro. Orçado em 1,5 milhões de euros, o filme do realizador João Botelho vai ser ainda exibido no Brasil e nos principais festivais internacionais de cinema, disse o produtor Alexandre Oliveira. Em 2015, a RTP estreia uma minissérie.
As dez semanas de rodagem de ‘Os Maias’ resultaram num filme de duas horas, que será exibido em 20 das principais salas do País. Já o Cinema Ideal, em Lisboa, mostra uma versão de três horas.
"Gostava de ter feito um filme de 20 horas", porque "difícil foi cortar", confidenciou o realizador. João Botelho, que pretende levar a película ao interior do País e a algumas escolas, afirma que pouco escreveu na adaptação de um "texto prodigioso" de Eça de Queirós. "Foi um trabalho terrível de adaptação sem trair muito a obra, porque o cinema trai", sublinhou.
E para não trair a Lisboa do séc. XIX de Eça, ‘Os Maias’ de João Botelho não tem uma única cena gravada no exterior. Os cenários são óleos de João Queiroz. Uma decisão que teve peso no orçamento, mas cujo objetivo foi "sobretudo estético". "A chave deste filme está logo no genérico, onde tudo é exposto, como as maquetes, os desenhos...", diz. Para o realizador e para os atores que dão vida a Carlos e a João da Ega (Pedro Inês), "esta obra é Portugal". "O Eça fez uma coisa amoral, o castigo não existe, não há culpa e o próprio incesto é político, para se manter a raça. Já não há nada a fazer dorme-se com a irmã", remata Botelho.
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