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Marcelo põe em causa Acordo Ortográfico
Presidente diz que todos os países devem ratificar o acordo.
Ana Maria Ribeiro1 de Maio de 2016 às 02:30
Marcelo Rebelo de Sousa escreveu recentemente um artigo de opinião em que usou a antiga grafia
FOTO: Pedro Nunes/Lusa
O Presidente da República (PR), Marcelo Rebelo de Sousa, poderá relançar o debate em torno do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou em vigor no nosso país em 2009 mas que ainda não se aplica em Angola nem em Moçambique.
Segundo Pedro Mexia, consultor cultural de Marcelo, têm chegado a Belém "pedidos de cidadãos e instituições manifestando-se contra o acordo" e "o PR entende que este só poderá ter continuidade se, de facto, for ratificado por todos os países envolvidos. Caso contrário, a questão tem de ser repensada".
Em 1991, Rebelo de Sousa foi uma das personalidades que subscreveu o manifesto contra o Acordo Ortográfico, embora posteriormente se tenha declarado a favor do documento. Já depois da sua eleição para Belém escreveu um artigo no ‘Expresso’ em que usou a antiga grafia, suscitando burburinho.
Caso venha a verificar-se, uma revisão do acordo afetará a atividade editorial, mas Pedro Sobral, diretor da Leya Edições Gerais, desvaloriza a questão. "A alteração do acordo teria impacto se, na altura da sua aplicação, a Leya tivesse ‘ordenado’ aos autores para o seguirem. Não é o caso", garante.
Da Parsifal, Marcelo Teixeira encolhe os ombros. "Fomos das poucas editoras que nunca aplicou o acordo, a não ser a pedido dos autores", explica. A Porto Editora não comentou. "Não conheço as palavras do PR", diz Paulo Gonçalves.
Uma alteração ao Acordo teria o seu maior impacto no mercado dos manuais escolares.