Nascido no Porto, em maio de 1942, José Mário Branco é considerado um dos mais importantes autores e renovadores da música portuguesa, em particular no período da Revolução de Abril de 1974, cujo trabalho se estende também ao cinema, ao teatro e à ação cultural.
Foi fundador do Grupo de Ação Cultural (GAC), fez parte da companhia de teatro A Comuna, fundou o Teatro do Mundo, a União Portuguesa de Artistas e Variedades e colaborou na produção musical para outros artistas, nomeadamente Camané, Amélia Muge, Samuel e Nathalie.
Uma das maiores vozes da música de intervenção portuguesa, José Mário Branco aderiu ao PCP, foi perseguido pela PIDE e teve que se exilar em 1963. Em 1971, saía o disco Mudam-se os Tempos Mudam-se as Vontades, um dos mais célebres.
Há dois anos, o produtor surpreendeu os fãs com um disco duplo, cheio de inéditos. Tratou-se de ‘Inéditos 1967-1999’, uma recolha de canções gravadas entre 1967 e 1999 e nunca antes editadas em digital. Entre elas, os temas ‘Fim de Festa’ (lançado num EP de marchas da Comuna–Coopearte) ou ‘Quantos é que nós somos’ (gravado para um disco de homenagem a Otelo Saraiva de Carvalho).