Breyner, que iniciou nas andanças artísticas como cantor de ópera, diz que o prémio é “uma grande honra” mas acrescenta que nunca teve cuidados especiais com o seu principal instrumento de trabalho.
“Nunca liguei nenhuma, aliás, acho que não fui cantor de ópera porque não queria estar a ter cuidados especiais com a voz… Felizmente tenho sorte, nunca tive quaisquer problemas de maior. Rouquidão, cansaço, claro, isso todos temos nesta profissão, mas nada de preocupante”, garantiu.
A distinção é atribuída desde 2006 pelo Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria, dirigida pelo especialista Mário Andrea, que, para além de tratar grande parte dos artistas nacionais trata ainda da classe política: é, por exemplo, médico dos irmãos Portas, conforme confidenciou a mãe dos políticos, Helena Sacadura Cabral.
Há oito anos, Mário Andrea decidiu propor a criação de um dia mundial para a voz num congresso da Sociedade Europeia de Laringologia – ideia rapidamente aceite em todo o Mundo. Desde 2006, passou a reunir anualmente um júri especializado (desta feita dois otorrinos, uma terapeuta da fala, uma enfermeira) e dois convidados (Luís Andrade e Luís Represas) para eleger a melhor voz portuguesa do ano.
Eunice Muñoz e Ruy de Carvalho – dois actores já contemplados com este prémio – não puderam conter os elogios. “O Nicolau [Breyner] tem ‘aquela’ voz”, dizia a actriz. “É uma voz muito personalizada e com muito talento, pelo que merece inteiramente este prémio”, disse a actriz, ao que o colega acrescentou: “É um actor completo. Ele tem tudo.”
Nicolau Breyner recebeu o seu prémio no final de mais uma representação do espectáculo ‘Opera Show’, em cena no Casino Lisboa.