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Correio da Manhã

Cultura
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O novo desafio de Vânia

Ao fazer a sua estreia no teatro profissional – amanhã, na Sala Garrett do Teatro Nacional – Vânia diz que está a repetir a sensação que teve há dois anos, quando participou na ‘1.ª Companhia’ da TVI: a de se confrontar com os seus medos mais profundos.
30 de Novembro de 2006 às 00:00
 Na peça Vânia tem oportunidade de exibir os seus dotes vocais
Na peça Vânia tem oportunidade de exibir os seus dotes vocais FOTO: Duarte Roriz
“Antes de fazer o programa uma das minhas fobias era as vertigens. E, no entanto, consegui saltar de dez metros de altura a partir de um helicóptero em andamento...”, recorda a ex-Delirium. “Claro que é um grande desafio estrear-me no teatro, mas costumo dizer que, quando queremos, não há nada que não consigamos fazer.”
De resto, ‘Ana e Hanna’, peça de John Retallack encenada por António Feio, é quase um musical e, ao longo dos 75 minutos que dura, Vânia tem várias possibilidades de exibir os seus dotes vocais. Desde Madonna a Natalie Imbruglia, de Alanis Morissette a John Lennon, a cantora nunca desafina num espectáculo que nos fala de amizade e de tolerância racial.
Aqui, conta-se a história de uma relação que começa mal mas acaba muito bem: uma refugiada kosovar aterra em Tavira, no Algarve. Chama-se Hanna e rapidamente atrai o ódio de uma portuguesa da mesma idade, chamada, ironicamente, Ana.
A certa altura as duas jovens percebem que têm algo em comum: adoram música pop, como quase toda a gente da sua geração. E é precisamente ao ritmo da pop que vai crescendo esta amizade.
Até que as duas ‘anas’ se tornam absolutamente inseparáveis e só mesmo um golpe do destino as poderá afastar...
Vânia – que faz a portuguesa, ao lado de Rita Calçada Bastos, a kosovar – diz que os ensaios do espectáculo constituiram uma grande aprendizagem. “Estava rodeada de uma equipa fantástica que me apoiou muito e ajudou a descobrir cada frase da peça, a compreender o seu significado profundo, a conseguir transmitir a emoção certa...”, recorda. “Porque é isso o mais importante neste espectáculo: conseguir tocar o coração de quem nos vê e de quem nos ouve.”
E tendo em conta que esta é uma produção destinada sobretudo ao público mais jovem (com horários de manhã, às 11h00, e à tarde, às 15h30), Vânia sublinha a pertinência da temática de ‘Ana e Hanna’: o racismo e a intolerância. “Este é um tema do quotidiano em que todos temos de intentar”, afirma. “A minha personagem tem uma atitude racista absolutamente inaceitável, mas depois vai ver a luz e todos temos muito a aprender com esta lição de vida”.
PERFIL
Vânia de Oliveira integrou uma das mais badaladas ‘girls band’ portuguesas, as Delirium, com as quais gravou, em 2000, o disco ‘Renascer’. No entanto, foi com o programa ‘1.ª Companhia’, da TVI, que passou a ser uma verdadeira estrela. Este ano a cantora participou no Festival RTP da Canção com ‘Sei quem sou (Portugal)’.
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