É verdade que o tempo passou e, embora "haja sempre uma chaga para lembrar que há um fim", a verdade é que o grupo soube sarar as feridas e renascer para uma vida que nunca teve. Ontem, ao serão, ficou provado que hoje o grupo tem uma aura especial. Até a palavra Cruz que o vocalista Manel carrega no apelido parece ter ganho uma conotação quase bíblica.
E, num ‘santuário' como o do Coliseu, as canções dos Ornatos Violeta adquiriram dimensão litúrgica e as suas palavras um poder quase sagrado.
Adorados do primeiro ao último minuto, arrancaram ao som de ‘Para Nunca Mais Mentir', mas foram temas como ‘A Dama do Sinal', ‘Mata-me Outra Vez', ‘Dia Mau' e, em particular, ‘Chaga', que soaram quase a orações. O concerto, que se repete hoje e amanhã no mesmo palco, decorreu em verdadeira comunhão e em clima de paz. Ámen!