Arquiteto e artista foi vítima de um cancro que lhe havia sido diagnosticado há menos de um ano.
O poeta e arquiteto catalão Joan Margarit morreu, na terça-feira, aos 82 anos, na localidade de Sant Just Desvern, vítima de um cancro que lhe havia sido diagnosticado há menos de um ano, confirmaram à EFE fontes editoriais.
Vencedor do Prémio Cervantes em 2019, Margarit só veio a receber o galardão em dezembro do ano passado, das mãos dos reis de Espanha, que se deslocaram a Barcelona de forma privada para fazer a entrega numa cerimónia -- impossível de realizar em abril de 2020 - de caráter "íntimo e familiar".
Antes, Joan Margarit, nascido em Lérida em 1938, havia sido também galardoado com o Prémio Rainha Sofia de Poesia Iberoamericana e com os prémios Nacional de Poesia, Rosalía de Castro e Jaume Fuster, entre outros.
A obra poética de Joan Margarit, "de profunda transcendência e sempre inovadora linguagem lúcida, enriqueceu tanto a língua espanhola como a catalã, e representa a pluralidade da cultura peninsular numa dimensão universal de grande domínio", sustentou o júri do Prémio Cervantes, aquando do anúncio do mais importante prémio da língua espanhola.
Poeta de palavras que soam em espanhol e catalão, Joan Margarit foi arquiteto de formação, que usou os versos para transmitir o seu pensamento, vida e ética em poemas que são odes à beleza das relações humanas.
Um poeta que se caracterizou pela sua defesa pública do catalão, "a única língua ou uma das poucas línguas cultas sem Estado" que existem, como salientou, em 2019, quando depositou o seu legado na Caixa das Letras do Instituto Cervantes.
"Eu sou um poeta catalão, mas também um poeta espanhol", disse Joan Margarit, depois de lembrar que a ditadura lhe impôs o espanhol "com pontapés". Mas "não vou devolvê-lo agora", acrescentou.
Este escritor, que levava meses para terminar os seus poemas, começou a escrever em espanhol, mas a partir de 1981 começou a publicar apenas em catalão e desde o final dos anos 1990 publicou simultaneamente em ambas as línguas.
Joan Margarit estudou arquitetura em Barcelona, entre 1956 e 1961, tendo começado a sua atividade literária no final dos anos 50, mas só se tornou conhecido como poeta em espanhol entre 1963 e 1965.
Como arquiteto, tornou-se também um dos mais relevantes no exercício da profissão nesses anos em Espanha, tendo assinado trabalhos como o Estádio Olímpico e o Anel de Montjuïc (1989), e colaborado em outros como as obras do emblemático templo católico Sagrada Família, desenhado pelo arquiteto catalão Antoni Gaudí.
Em Portugal foram publicados dois livros do autor: "Misteriosamente feliz: uma antologia", pela Língua Morta (2015), e "Casa da Misericórdia", pela editora Ovni (2007).
As reações à morte de Margarit vieram desde a Casa Real espanhola ao Governo, passando por múltiplas figuras das letras.
O presidente do Governo, Pedro Sánchez, lamentou a morte de Joan Margarit classificando-o como "um arquiteto das palavras", enquanto a presidente da câmara de Barcelona, Ada Colau, desejou ao "poeta querido" que "descanse em paz".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.