35 MIL CORRERAM NA 'MEIA' E 'MINI-MARATONA'
Lisboa deixou-se ontem absorver pela festa do atletismo. A 13.ª Meia-Maratona de Lisboa, que incluiu ainda a ‘Mini’, patrocinada pelo Correio da Manhã, voltou a mexer com muitos entusiastas portugueses, atraindo um recorde de 35 mil atletas na ligação entre a Ponte e a zona de Belém.
Houve tempo para tudo: para um casamento, para irradiar boa disposição, muito convívio, cor, alegria e uma dose ‘q.b.’ de competição. A Ponte 25 de Abril, assim como o ‘majestoso’ Cristo-Rei, voltaram a ser um magnífico pano de fundo para aquela que é considerada a melhor prova em todo o Mundo, não só pelos tempos realizados como também pela afluência de atletas.
A Meia-Maratona voltou, mais uma vez, a mostrar todo o seu prestígio, com sete atletas, todos eles de origem africana, a conseguir terminar a sua prestação na ‘casa’ da uma hora.
A Mini-Maratona, por seu lado, ficou mais marcada pela forte participação do que pelos tempos registados por cada um. Participantes de todas as idades quiseram mostrar a sua invejável forma física, assim como a boa disposição.
A romaria dos entusiastas começou bem cedo. Havia que chegar até ao cimo do tabuleiro da Ponte para dar início às hostilidades. Uns, mais à séria, não descuravam o indispensável ‘aquecimento’, enquanto outros, ‘na desportiva’, aproveitavam para conviver e tirar umas fotografias.
No meio de tanta alegria, que contagiava os mais ‘carrancudos’, nada melhor que a celebração do mediático casamento de Nuno Reis e Carla Gomes (ver caixa), que se conheceram durante a edição do ano passado. Acabou por ser uma festa dentro da festa.
NÃO À GUERRA
Ao mesmo tempo que a Cimeira dos Açores ultimava os preparativos para receber Bush, Aznar e Blair, havia quem manifestasse o seu desagrado sobre um eventual ataque ao Iraque, proferindo palavras de ordem.
Após a partida, uns optaram por um passo rápido, mas outros foram bem mais comedidos no andamento. No meio disto tudo, um ponto em comum: participar e terminar. E que bonito era vê-los a cortar a linha da meta. Uns paravam alguns metros antes para registar o momento. ‘Sacavam’ da máquina fotográfica, colocavam um sorriso de orelha a orelha, e lá terminavam a sua prestação: o marido, a esposa, o filho, a tia, o cão... Muitos anónimos, em tom de brincadeira, recusavam mesmo prestar declarações à Comunicação Social.
Mas também houve imponderáveis. A altura de um insuflável no percurso ‘travou’, por momentos, a marcha do autocarro da Imprensa, que só não impediu a passagem dos atletas porque estes ainda vinham longe. Já na zona de meta, os três primeiros posicionados tiveram um ligeiro erro de percurso.
Esta prova já acabou. Para o ano há mais...
AS PALAVRAS DE QUEM VIVEU DE FORMA INTENSA A PROVA
AURORA CUNHA - EX-ATLETA
“Durante esta magnífica prova viveu-se um convívio fabuloso. Esta é a verdadeira festa do atletismo. Fui convidada para participar pelo Carlos Móia (o organizador da Mini e Meia-Maratona), o que me deixou bastante satisfeita. Isto deve significar que ele acha que eu faço parte desta família do atletismo. Competi ao lado da Manuela Machado e viemos sempre a correr calmamente”.
ROSA MOTA - EX-ATLETA
“Saudades da competição existem sempre. Sempre estive mais ou menos ligada a este evento. E espero que a Mini-Maratona seja um verdadeiro exemplo para outros eventos futuros. Tendo em conta o período conturbado em que vivemos, espero que a Mini e Meia-Maratona de Lisboa contribuam para a paz, sendo, por isso, um evento especial. Era bom que pudéssemos todos viver em paz.”
CARLOS MÓIA - ORGANIZADOR DA PROVA
“Mais uma vez um lote de atletas de grande nível mundial coloca a meia-maratona entre as melhores do mundo. Os africanos continuam a dominar estas competições. A juntar à corrida de elite, hoje houve uma extraordinária festa popular e de solidariedade. O incidente com o insuflável foi um imponderável que pode acontecer às melhores organizações, apesar de tudo fazermos para evitar isso”.
LUÍS F. VIEIRA - PRESIDENTE DA SAD DO BENFICA
“Para mim esta corrida foi bastante gratificante, mas um bocadinho penosa. É muito agradável ver a motivação que todas estas pessoas têm para correr. Assim o êxito está assegurado a todos os níveis. Tive o prazer de ao longo de sete quilómetros correr a passo curto juntamente com três pessoas amigas que já não via há muito, e assim o tempo passou bastante depressa”.
SANTANA LOPES - PRESIDENTE DA CML
“Estou muito orgulhoso por todos os lisboetas. Esta prova foi considerada uma das melhores do Mundo por parte de uma instituição norte-americana. A travessia da ponte é sempre algo bonito. Estou impressionado. Este parecia outro país. Se toda esta afluência de participantes corresponde aos índices de prática desportiva, então é muito bom. Vou intensificar o exercício para participar no próximo ano”.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt