Almeida 'imita' Agostinho e está mais perto do melhor de sempre em grandes Voltas
Aos 27 anos, o corredor da UAE Emirates subiu pela segunda vez ao pódio numa prova de três semanas.
João Almeida igualou este domingo o melhor resultado de sempre de um ciclista português em grandes Voltas, ao ser segundo na 80.ª Vuelta, 'replicando' o feito de Joaquim Agostinho na edição de 1974 da prova espanhola.
Aos 27 anos, o corredor da UAE Emirates subiu pela segunda vez ao pódio numa prova de três semanas, 'imitando' o melhor voltista nacional de sempre, que tinha sido vice-campeão da Volta a Espanha há 51 anos.
Único português a concluir as três 'grandes' no 'top 5', Almeida deu este domingo um novo passo na 'perseguição' a Agostinho, o único luso a subir ao pódio da Volta a França, ao ser terceiro em 1978 e 1979.
Terceiro no Giro2023 e quarto no Tour2024, na Vuelta2022 e no Giro2020, o ciclista de A-dos-Francos (Caldas da Rainha) tem um currículo 'imaculado' em grandes Voltas, já que integrou os 10 melhores em todas as sete que concluiu -- desistiu da 'corsa rosa' em 2022 e da prova espanhola no ano passado, por estar com covid-19, e da Volta a França deste ano devido a queda.
Com sete presenças no 'top 10' das corridas de três semanas, o corredor da UAE Emirates aproxima-se ainda mais de Joaquim Agostinho, o maior ciclista português de todos os tempos: foram 11 as presenças do corredor de Torres Vedras, que morreu em 1984 na sequência de uma queda na Volta ao Algarve, entre os 10 primeiros em 'grandes', com os terceiros lugares no Tour a permanecerem como os feitos mais extraordinários do ciclismo nacional.
A história de Almeida nas três 'grandes' começou com o quarto posto no Giro2020, em que escreveu uma das mais bonitas páginas do ciclismo português, depois de 15 dias como líder da geral.
Nesse ano, mais do que melhorar o registo de Azevedo, que em 2001, no papel de gregário do espanhol Abraham Olano, foi quinto - o mesmo lugar que alcançou no Tour2004 -, o miúdo de A-dos-Francos (Caldas da Rainha) fez Portugal sonhar com um inédito triunfo numas das grandes Voltas.
Seguiu-se o sexto lugar de 2021, a desilusão por covid-19 no ano seguinte, que 'redimiu' com o quinto posto na estreia na Vuelta - seria promovido a quarto com a desclassificação por doping de Miguel Ángel López -, prova em que foi nono em 2023.
O seu primeiro pódio chegou no Giro2023, atrás dos consagrados Primoz Roglic e Geraint Thomas, mas foi com o quarto lugar no Tour2024 que se assumiu como um dos principais voltistas do pelotão, estatuto reafirmado pelo segundo lugar nesta Vuelta, atrás do 'temível' Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), duas vezes campeão da 'Grande Boucle' (2022 e 2023) e três vezes 'vice' (2021, 2024 e 2025).
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt