Garra leonina decisiva para vitória do Sporting na Madeira
Equipa de Rúben Amorim só não goleou porque os postes o evitaram e a pontaria esteve desafinada na finalização.
Pragmática e com muita garra - assim se pode resumir a exibição do Sporting diante do Nacional, que valeu uma vitória por 2-0. Num relvado enlameado, com vento e chuva, o leão abdicou da sua habitual forma de jogar, sobretudo junto à defesa - com passes e mais passes entre os centrais - e com muita entreajuda entre todos os setores dominou por completo os madeirenses. E só não goleou porque os postes o evitaram e a pontaria esteve desafinada na hora da finalização.
O jogo, aliás, começou com o Sporting a ter bola e a jogar no meio-campo do Nacional, num relvado que impedia ações vistosas e lances de combinação ofensiva. Num futebol tipo pontapé para a frente para ver no que dá, com algumas exceções (caso dos dois golos), a equipa de Rúben Amorim conseguiu criar três ocasiões de perigo, no primeiro tempo. Na primeira, após um canto, Feddal, na esquerda, centrou para o meio da área onde apareceu Porro a rematar por cima da barra; na segunda, na sequência de um canto de Porro, Pedro Gonçalves (Pote), perto da marca de penálti, estourou contra a cara de Daniel Guimarães; na terceira, Pote recuperou uma bola, abriu na esquerda para Nuno Mendes, e correu para área a tempo de receber o centro bem medido de Nuno Mendes e tocar atrasado para Nuno Santos, solto, fazer o 1-0.
A segunda parte teve algum Nacional no início: dois remates praticamente seguidos - um por cima da barra (Gorré) e outro de Azouri, para defesa apertada de Adán. Com o decorrer dos minutos, a ‘coisa’ voltou ao que tinha sido até ao intervalo. Ou seja, só deu Sporting, que foi capaz de criar vários momentos de grande perigo. Palhinha disparou um ‘míssil’ de longa distância que passou a rasar o poste direito. Pote acertou uma bola ao poste e teve outra jogada em que atirou por cima da barra, depois de fintar dois adversários e aparecer na cara de Daniel Guimarães. O mesmo Pote falhou um desvio à boca da baliza, após um grande passe vertical de Porro. Nuno Santos e Tiago Tomás também tiveram oportunidade de ampliar a vantagem, mas falharam no momento do remate.
O intenso domínio verde-e-branco só acabou por dar frutos aos 90 minutos, quando o recém-entrado Jovane, sem oposição na área, encostou para o 2-0, culminando assim um cruzamento a régua e esquadro de Tiago Tomás.
Só faltou o golo
o Adán – Uma grande defesa para nada na 1ª parte, dado que Rochez estava fora de jogo. Muita segurança.
o Porro – Segurou bem Riascos e integrou-se nas ações ofensivas. Errou vários passes e centros.
o Feddal – Alguns cortes defeituosos, sem comprometer.
o Coates – O ‘patrão’ esteve atento a tudo o que mexia no ataque do Nacional. Cortou praticamente tudo.
o Luís Neto – Na mesma linha de Feddal. Esforçado.
o Nuno Mendes – Cedo percebeu que não podia pegar na bola e correr por ali fora. Esteve no golo de Nuno Santos.
o Palhinha – Um mouro de trabalho a impor a lei e a ordem no meio-campo. E um remate a rasar o poste.
o João Mário – Um senhor a controlar a bola num relvado impróprio para tal. Grande toque de calcanhar a isolar Sporar (ganhou um canto).
o Nuno Santos – Marcou um golo, pleno de oportunidade. Deu muito trabalho à defesa adversária.
o Sporar – Correu muito, mas foi pouco produtivo.
o Matheus Nunes – Rendeu João Mário e deu mais poder de choque ao meio-campo verde-e-branco.
o Tiago Tomás – Ofereceu o 2-0 a Jovane e ainda teve um remate que Daniel Guimarães travou com dificuldade.
o Jovane – Pouco mais de quatro minutos em campo. O suficiente para marcar um golo, sujar o equipamento e fazer uma falta. n o.l.
Só lhe faltou marcar. Ofereceu um golo a Nuno Santos, acertou uma bola no poste e trabalhou muito
e bem a ajudar na intensa guerra do meio-campo.
O Sporting não fez uma exibição deslumbrante, mas foi capaz de dominar o jogo de fio a pavio, recorrendo a muito sentido prático, tendo em conta o estado do terreno. Além disso, como costuma suceder, não inventou junto à sua defesa.
A formação orientada por Luís Freire nunca foi capaz de arranjar argumentos para apoquentar o Sporting. Na 1ª parte, então, não fez um único remate à baliza de Adán. E, após o intervalo, pouco melhorou e só não foi goleada por mero acaso.
Manuel Mota não complicou. Seguiu o jogo de perto e sempre que lhe cheirava a esturro sacou dos cartões amarelos. Ou seja, impôs-se, sem alaridos escusados. De resto, acertou na esmagadora maioria das faltas que assinalou.
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