Mais do que nunca temos de estar unidos

O capitão Nuno Gomes está ciente da importância dos jogos frente ao Azerbaijão e Cazaquistão, mas garante que a Selecção está habituada à obrigação de ganhar.

10 de outubro de 2007 às 00:00
Mais do que nunca temos de estar unidos Foto: José Manuel Ribeiro / Reuters
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Nuno Gomes apelou ontem à união dos jogadores da Selecção nos decisivos embates frente ao Azerbaijão (sábado) e Cazaquistão (dia 17), jogos a contar para a fase de qualificação do Euro’2008, em que o técnico Luiz Felipe Scolari não se pode sentar no banco de suplentes por estar a cumprir castigo da UEFA, devido à tentativa de agressão ao sérvio Dragutinovic.

“Mais do que nunca, temos de estar unidos. É isso que vamos, com certeza, mostrar a toda a gente. Gostávamos de poder estar mais confortáveis, mas sabemos do nosso real valor e que, se estivermos ao nosso melhor nível, podemos vencer”, disse Nuno Gomes.

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O avançado do Benfica frisou ainda que os jogadores estão habituados a lidar com o facto de terem de vencer: “Estarmos obrigados a ganhar não é novo para nós. Estamos habituados a essa pressão.”

A ausência do seleccionador no banco – será substituído pelo adjunto Flávio Teixeira, mais conhecido por Murtosa – é “uma situação estranha” para Nuno Gomes, que, contudo, confia na maturidade da equipa para superar o afastamento do treinador já este sábado, em Baku (Azerbaijão). “Temos a maior confiança no Murtosa. Está junto de nós desde o início da campanha, é experiente nestas andanças e percebe muito de futebol. Vamos também apoiá-lo naquilo que mais precisar. O mister vai acompanhar-nos e estar no nosso dia-a-dia, como sempre esteve. Quanto a mim, não vai haver qualquer dificuldade”, garantiu.

E, como capitão de equipa, acrescentou estar pronto para ser uma ‘extensão’ de Scolari no relvado: “Neste momento, sou um dos mais velhos. O capitão tem outras responsabilidades dentro de campo e eu procuro transmitir as ideias do treinador.”

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Nuno Gomes – que apontou dois golos na última jornada (vitória sobre a U. Leiria, por 2-0) – diz estar moralizado e satisfeito por ter a concorrência de Hugo Almeida, também a atravessar um bom momento no Werder Bremen: “Fala-se da eterna questão de não haver pontas-de-lança na Selecção, mas acho que cada um é garantia de golos.”

Já o central Tonel não escondeu a “satisfação” pelo regresso à Selecção. “Estou muito feliz por estar aqui. Qualquer um gostaria de ser titular, mas o mais importante é que a equipa consiga ganhar”, confessou o central do Sporting, mostrando-se tranquilo perante a ‘substituição’ de Scolari por Murtosa: “As coisas vão correr naturalmente.”

"OS OLHOS DA UEFA VÃO ESTAR ATENTOS"

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“A UEFA proíbe contactos. Tudo ficará definido e quer os jogadores quer o próprio Murtosa vão ficar com a certeza sobre o que terão de fazer.” As palavras de Amândio de Carvalho, vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, reflectem a promessa de que a transição entre Luiz Felipe Scolari e Murtosa decorrerá “de forma a que não haja problemas”, sublinhando que “os olhos da UEFA vão estar atentos”. “Tem de ser tudo tratado antes de os jogadores irem para o balneário, pois Scolari não pode entrar nesse espaço”, disse o dirigente, acrescentando: “A falta do seleccionador nota-se sempre, mas tenho a certeza de que Murtosa é uma continuação de Scolari.”

A lesão muscular do portista Bosingwa revelou-se no passaporte de Jorge Ribeiro para o regresso à selecção nacional.

Aos 25 anos, o lateral-esquerdo do Boavista tem uma nova oportunidade, depois da estreia (20-11-2002) contra a Escócia, em Braga, que terminou com uma vitória por 2-0, ainda no curto consulado de Agostinho Oliveira como seleccionador nacional. Actualmente no Boavista, o defesa é elogiado pelo seu técnico, Jaime Pacheco, que não esconde a felicidade pela convocatória de um jogador axadrezado. “Estou muito feliz por ele. É um jogador fora do comum, numa posição onde não há muitos valores no futebol português. E pode fazer mais do que um lugar”, disse o treinador ao CM, sem se mostrar surpreendido pela convocatória: “Recebi com naturalidade a notícia. É um jogador de selecção. Faz parte do núcleo duro. Mas, por qualquer razão, não tem sido chamado.”

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O técnico axadrezado até tem apostado em Jorge Ribeiro no meio-campo do Boavista, mas acredita que o lateral pode mostrar as suas virtudes na equipa de Scolari, onde têm predominado as adaptações, como Paulo Ferreira e Marco Caneira. “O Jorge Ribeiro integrou-se muito bem no clube. Tem muita qualidade, é bom no posicionamento, tacticamente inteligente e tem um pontapé fortíssimo. E tem ainda a vantagem de ser um esquerdino nato”, sublinha Jaime Pacheco, que explica as dificuldades de afirmação do lateral na Selecção, depois de 58 internacionalizações nas camadas jovens: “A falta de regularidade é um reflexo da falta de estabilidade que possa ter existido enquanto era mais jovem. Mas estou muito satisfeito com ele e quero contribuir para que volte a ser opção.”

Frente ao Azerbaijão e Cazaquistão, Jorge Ribeiro terá a concorrência de Paulo Ferreira, do Chelsea, e também de Miguel Veloso, que, embora esteja a ser utilizado no meio-campo do Sporting, também já preencheu o lugar de lateral-esquerdo.

PERFIL

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Jorge Miguel Oliveira Ribeiro nasceu em Lisboa, a 9-11-1981 (25 anos). Conhecido por ser irmão de Maniche, o lateral iniciou o seu percurso no Benfica. Com 1,72 metros e 68 kg, estreou-se em 1999/2000. Depois passou pela equipa B da Luz e Santa Clara. Alinhou ainda no Varzim, Gil Vicente, D. Moscovo, Málaga

e D. Aves, até chegar ao Boavista.

Simão não integrou o primeiro treino da selecção nacional na preparação para a dupla jornada contra Azerbaijão e Cazaquistão. O extremo do At. Madrid contraiu uma entorse no tornozelo direito de “média gravidade” ao serviço dos colchoneros, segundo o médico Henrique Jones, que, contudo, não será impedimento para a sua utilização nos dois embates de Portugal.

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A sessão contou com 20 jogadores e decorreu num ambiente de descontracção, ainda que tenha ficado marcada pela saída prematura de Deco e Jorge Ribeiro. O médio do Barcelona e o lateral do Boavista estão em gestão de esforço. Este foi o único treino em solo nacional, uma vez que a comitiva parte esta manhã para Baku, no Azerbaijão.

AZERBEIJÃO

O registo de Portugal diante da congénere do Azerbaijão é favorável à selecção nacional, com duas vitórias e um empate. No entanto, a única deslocação a Baku, capital azeri, na corrida para o Euro’2000, saldou-se num empate (1-1), com um golo de Luís Figo, a 3-09-1999.

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CONCENTRAÇÃO

Duda foi o primeiro jogador a entrar no hotel onde a Selecção se concentrou. A chegada dos 21 jogadores prolongou-se pela manhã de ontem, com alguns elementos a surgirem já depois do horário previsto (12h00) devido à hora do voo (12h30) que os trazia do Porto. Entre eles estavam Ricardo Carvalho, Hugo Almeida e Jorge Ribeiro.

RONALDO E DECO ATINGEM 50 JOGOS

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Ronaldo e Deco preparam-se para atingir a 50.ª internacionalização. O extremo estreou-se com o Cazaquistão (20/08/03) e o médio com o Brasil (29/03/03)

VELOSO TESTADO A LATERAL-ESQUERDO

No treino de ontem, realizado no Estádio Nacional, Scolari testou o sportinguista Miguel Veloso a lateral-esquerdo, alternando com Paulo Ferreira

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LESÃO DE BOSINGWA CONFIRMADA

Apesar da lesão sofrida na vitória (1-0) sobre a Académica, Bosingwa apresentou-se na Selecção, onde foi confirmada a lesão muscular na coxa direita. E foi dispensado

SUB-21: PELÉ CONFIANTE NA VITÓRIA

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“Os jogos com Bulgária e Montenegro [ambos fora] serão muito difíceis e bem disputados. Mas vamos para ganhar”, afirmou ontem o médio Pelé, dos sub-21

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