Selecionador de râguebi assume que Portugal "não está preparado" para 'tier 1'

Simon Mannix mostrou-se confiante em "voltar mais forte" para os próximos encontros.

12 de julho de 2025 às 23:35
Simon Mannix
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O selecionador de râguebi, Simon Mannix, assumiu este sábado que Portugal "não está preparado" para defrontar equipas do primeiro patamar mundial, após perder com a Irlanda (106-7), mas mostrou-se confiante em "voltar mais forte" para os próximos encontros.

"A realidade é que o râguebi português não está preparado para defrontar equipas do 'tier 1'. Sabemos disso. É uma experiência incrível, são ótimas oportunidades, mas quando não conseguimos fazer-lhes frente, se calhar estamos mais a cavar o nosso próprio buraco do que outra coisa qualquer", desabafou o técnico, após o maior desaire da história da seleção portuguesa, no Estádio Nacional, em Oeiras.

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Os 99 pontos de diferença no marcador superam os 95 da derrota sofrida contra a Nova Zelândia (108-13) no Mundial de 2007, naquela que era, até este sábado, a derrota mais pesada da seleção portuguesa.

O técnico reconheceu que foi um momento "muito duro" para "todo o râguebi português", mas frisou que esta "é a realidade" e prometeu que os 'lobos' vão usar a "dor" para "dar a volta e serem mais fortes".

"Nunca duvidei da coragem dos jogadores portugueses. Desde o primeiro dia. Se trabalharmos na direção certa e tomarmos decisões informadas, não tenho dúvidas de que há uma geração de jogadores de râguebi portugueses a aparecer que podem orgulhar muito o país", apontou o técnico.

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Desafiado a explicar a pesada derrota, Mannix assumiu que a seleção portuguesa "andou a fazer 'bluff' a si mesma nos últimos 12 meses, ao acreditar" que podia "render" frente a uma equipa como a Irlanda.

"Não estamos numa fase de rendimento, de forma alguma. Fizemos um 'reset' total após o Mundial2023 e estamos numa fase de desenvolvimento", resumiu.

Por isso, "em vez de arranjar desculpas", Mannix preferiu assumir a desilusão.

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"Achávamos que íamos ser piores do que a Irlanda por 100 pontos? Não. Estamos desiludidos? Estamos absolutamente devastados. Mas temos de trabalhar e sabemos que vamos conseguir coisas boas se trabalharmos no duro", desabafou.

Por outro lado, o neozelandês admitiu que não ficou "numa boa posição ao ter de explicar 100 pontos" de diferença no marcador, mas frisou, mais do que uma vez, "confiança total" na equipa técnica e nos jogadores.

Explicou, por outro lado, que o desaire foi uma "consequência" de Portugal achar que podia defrontar uma equipa como a Irlanda "sem preparação, com jogadores vindos de férias, de casamentos e em apenas sete dias", mas voltou a frisar que defrontar equipas deste nível não faz parte da "realidade" lusa, apesar de os britânicos se terem apresentado desfalcados de "14 jogadores".

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"Temos de ser mais inteligentes. Estes jogos são decididos muito tempo antes e não sei quem toma a decisão de fazer estes jogos. Mas vou recusar defrontar uma das melhores equipas do mundo? Tentámos, fomos pisados, vamos dar a volta. Não temos escolha, temos de lutar", concluiu.

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