Mais uma exibição deprimente do Benfica, que foi ontem goleado (4-1) no Restelo e já não ganha fora de casa há mais de dois meses, desde a vitória em Guimarães à 5.ª jornada.
O Belenenses nem precisou de fazer um jogo por aí além para humilhar um Benfica desnorteado, que pareceu derrotado por antecipação, como que resignado a um triste fado. As muitas ausências de jogadores importantes podem ajudar a explicar alguma coisa, mas nada justifica a atitude desinteressada e vergonhosa de profissionais bem pagos a quem, no mínimo, exige-se que suem as camisolas.
No meio de tudo isto Trapattoni também tem as suas responsabilidades, porque voltou a apostar num medroso 4x5x1 com o inenarrável Zahovic a titular, prescindindo de Sokota ao lado de Karadas, dupla que pelo menos teria o condão de pôr em sentido a defesa azul. O Belenenses vinha de uma fase má e encontrou o adversário ideal para dar a volta por cima.
Bem estruturada em 4x4x2, a equipa de Carvalhal, recorrendo a processos simples, apostou na rapidez dos seus avançados, bem apoiados por Petrolina e José Pedro, para aniquilar uma defesa ‘encarnada’ inexistente, com a inédita dupla Argel/Amoreirinha a cometer erros em série. Em apenas 11 minutos, entre os 23 e os 34, o ‘Belém’ marcou três golos e arrumou com o jogo.
O Benfica até foi o primeiro a criar perigo, com Petit (11’) a acertar na trave na marcação de um livre. Mas mesmo nessa melhor fase inicial do Benfica o futebol da equipa era lento e prevísivel. E o Belenenses só precisou de acertar meia dúzia de passes e meter mais velocidade no jogo para fazer o que quis. O primeiro golo é uma bonita jogada de Andersson e Lourenço bem concluída por Antchouet (10.º golo na SuperLiga).
O segundo resulta de uma infantilidade de Amoreirinha que comete um penálti escusado sobre Antchouet: Lourenço (27’) converte bem o castigo máximo. E o terceiro nasce de um excelente contra-ataque, com o Benfica a ver jogar: José Pedro teve todo o tempo do Mundo e não desperdiçou.
Na segunda parte, o Belém só teve de deixar correr o marfim e ainda alargou a vantagem num bom golo de José Pedro. Sokota, que entrou ao intervalo, fez o tento de honra.
VEIGA RECONHECE LIMITAÇÕES DO PLANTEL
Pouco satisfeito com o resultado de ontem estava José Veiga, gestor do futebol do Benfica, que no final do encontro reconheceu as limitações do plantel. “Podemos continuar a lutar pelo título... É preciso ter calma. Reconhecemos que há limitações, mas estamos a trabalhar e este grupo tem qualidade”, afirmou, deixando no ar a possibilidade de serem tomadas medidas devido a esta derrota.
“Será o Conselho de Administração da SAD a decidir. Os sócios não estão satisfeitos e nós também não, porque este é um resultado anormal”. Por outro lado, José Veiga reafirmou que o Benfica estará no mercado em Janeiro. “O mercado vai abrir e como o presidente já disse vamos ter reforços, mas só os vamos anunciar quando os negócios estiverem concluídos”.
Por sua vez, Trapattoni não esperava uma derrota tão pesada no Restelo e salientou que foram cometidos muitos erros. “Vamos esquecer rapidamente este jogo. Demos espaços na defesa e fomos penalizados. Não podemos arranjar desculpas, porque o Belenenses mereceu ganhar. Quero dizer que ainda falta muito campeonato, esta derrota não acaba com nada, mas devemos tirar deste jogo uma importante lição para o futuro. Quando não se pode ganhar, também é importante não perder”, concluiu. O presidente do Belenenses, Sequeira Nunes, acompanhou Carlos Carvalhal à sala de Imprensa e anunciou a renovação do contrato com o técnico por mais dois anos.
RACISMO NO RESTELO
O racismo continua bem presente nos campos de futebol em Portugal. Lourenço, jogador negro do Belenenses, sentiu-o na pele quando ontem apontou o segundo golo azul e foi brindado pelos adeptos do Benfica por sons guturais a imitar macacos. Uma vergonha!
AZUL-CELESTE
O Belém estreou ontem um novo equipamento, por sinal bem bonito, a fazer lembrar o da selecção uruguaia. Camisola azul-celeste, calções pretos e meias brancas, num equipamento alusivo ao 75.º aniversário do clube, que na origem trajava desta forma.
SIMÕES NO BANCO
Desta vez Trapattoni levou sete jogadores para o banco, só que devido à onda de lesões que assola a equipa teve de recorrer à equipa B. A sorte grande saiu ao jovem Eduardo Simões, que pôde sentir o ‘cheirinho’ da SuperLiga embora apenas do banco.
ROCHA EM CASA
Ricardo Rocha regressou ontem a casa após ter sido operado à mão esquerda, no Hospital Amadora-Sintra. O jogador lesionou-se no treino de sábado e deverá ficar de fora dos relvados até ao ‘derby’ lisboeta com o Sporting, no dia 5 de Janeiro.
Local: Estádio do Restelo, em Lisboa (10.000 espectadores)
Árbitro: Paulo Paraty (Porto)
Belenenses: Marco Aurélio, Amaral , Rolando, Wilson, Cabral (Gonçalo Brandão, 86m), Pelé, Andersson, Juninho Petrolina (Rúben Amorim, 76m), Lourenço (Rodolfo Lima, 82m), Zé Pedro, Antchouet. Treinador: Carlos Carvalhal.
Benfica: Moreira, João Pereira, Amoreirinha, Argel, Fyssas (Dos Santos, 51m), Bruno Aguiar (Sokota, 45m), Petit, Geovanni, Zahovic (Carlitos, 73m),
Simão, Karadas. Treinador: Giovanni Trapattoni.
Marcador: 1-0, Antchouet (23m); 2-0, Lourenço (28m. g.p.); 3-0, Zé Pedro (34m); 4-0, Zé Pedro (72m); 4-1, Carlitos (75m).
Acção Disciplinar: Cartão amarelo para Fyssas (22m), Juninho Petrolina (37m), Argel (45m), Cabral (53m) e Zahovic (68m).
Melhor Jogador: Zé Pedro
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