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Brilho intenso de Nani

O Sporting ganhou ontem onde nunca o tinha conseguido fazer – 1-0 ao Nacional, na Madeira. Foi um belo golo de Nani que deu essa margem mínima final e que permite ao ‘leão’ o pleno de pontos ao cabo de duas jornadas depois de dois jogos não fáceis e de duas vitórias que podiam ser mais convincentes.

10 de setembro de 2006 às 00:00

Este também não foi simples e acabou por se decidir aos 12’ numa jogada precedida de falta, num dos vários erros graves do árbitro Paulo Paraty: Ávalos vai a sair para o ataque, Nani ganha-lhe a bola derrubando-o com um toque no pé, dominou-a, tocou para Bueno, que tirou um adversário do caminho e colocou outra vez em Nani, que com um toque subtil a passou por cima do guarda-redes Diego Benaglio.

Foi o primeiro dos erros graves de Paulo Paraty que, logo a seguir, devia ter expulso Cardozo, que depois de uma falta feia sobre Bueno ainda deu uma peitada no árbitro, protestando uma falta anterior que não tinha sido marcada. Outro erro do árbitro foi a expulsão de Cardozo, na parte final do jogo, mostrando-lhe o segundo amarelo quando o brasileiro nem falta fez. E nem vale a pena ser mais minucioso na análise ao trabalho da arbitragem.

O Sporting ganhou com toda a justiça e ficou até a dever mais golos a si próprio. Liedson atirou uma bola ao poste (56’) e foi a equipa de Paulo Bento a única que teve oportunidades claras para marcar. Mesmo assim, o primeiro tempo foi muito dividido e jogado a alto ritmo. No Nacional havia Alonso, que, a defesa-esquerdo, mostrou ser o mais talentoso da equipa a atacar, mas falta gente de peso na área, apesar de alguns pormenores de Rodrigo Silva. As mudanças que Carlos Brito operou ao intervalo (entradas de Bruno Amaro e Chilikov) e mais tarde de Luciano mudaram o meio-campo e o sistema de jogo mas não melhoraram a equipa, que só na parte final teve dois remates perigosos.

A selecção de esperanças do Sporting, sem Carlos Martins, Farnerud, Paredes, passou no exame, embora nunca conseguisse resolver o jogo, como se aguardava na segunda parte. Conseguiu uma vitória importante mas ainda deixou muitas dúvidas, sobretudo em relação a jogadores como Bueno, que trabalha muito mas produz pouco, e a própria defesa esteve longe de ser um modelo, mesmo perante um ataque fraquinho como foi o do Nacional. Nani é o homem do momento e o seu talento mostra-se em cada toque de bola e, se continuar neste ritmo e ainda por cima a marcar golos – fez o segundo em dois jogos – vai ser um caso sério.

PAULO BENTO: "VITÓRIA jUSTA"

Paulo Bento era um treinador feliz instantes após o triunfo, mas nem por isso deixou de lamentar as oportunidades desperdiçadas. “Acabou por ser uma vitória sofrida, depois de um bom jogo do Sporting. Tivemos sempre as melhores oportunidades e, na segunda parte, podíamos ter resolvido o jogo muito mais cedo, tantas foram as oportunidades criadas”, disse, reconhecendo “algum sofrimento na parte final. Mas o triunfo foi justo, frente a uma boa equipa, muito bem orientada. O árbitro? Não teve influência no resultado”, considerou. Já João Moutinho, enalteceu a raça dos ‘leões’: “Mostrámos grande espírito”, disse o médio ‘leonino’. Carlos Brito, técnico do Nacional, reconheceu “justiça na vitória do Sporting”.

POSITIVO: NANI E MOUTINHO

Nani e Moutinho foram os dois homens onde assentou a vitória do Sporting. O sentido táctico e o trabalho de formiga do médio, o golo e todo o talento nato do avançado levaram a selecção de esperanças de Alvalade à segunda vitória. Bom jogo também de Polga e Miguel Veloso (a trinco) e pormenores na estreia de Alecsandro. No Nacional, o melhor é Alonso, mas só Chainho o ajudou. No ataque só se viu Rodrigo Silva.

NEGATIVO: O ÁRBITRO E O RESTO

Muito fraco o trabalho do árbitro Paulo Paraty a partir do momento em que validou a jogada do golo do Sporting. Fraco o Nacional globalmente, com muitos erros na defesa e pouco peso no ataque, incapaz de aproveitar as falhas da defesa do Sporting. Os ‘leões’ forçaram pouco o segundo golo e acabaram a sofrer, até porque só Polga e Ricardo jogaram bem lá atrás. Liedson arrisca-se a ver cartões em todos os jogos...

Local: Estádio Engenheiro Rui Alves, no Funchal (3.000 espectadores)

Árbitro: Paulo Paraty, do Porto

NACIONAL DA MADEIRA: Diego, Patacas, Fernando Cardozo, Ávalos, Alonso, Cléber, Chainho (Luciano, 64m), Juliano Spadacio, Bruno (Bruno Amaro, 46m), Cássio (Chilikov, 46m) e Rodrigo. Treinador: Carlos Brito.

SPORTING: Ricardo, Miguel Garcia, Polga, Tonel, Ronny, Miguel Veloso, João Moutinho (João Alves, 90 3m), Romagnoli (Rodrigo Tello, 62m), Nani, Bueno (Alecsandro, 70m) e Liedson. Treinador: Paulo Bento.

Marcador: 0-1, Nani (12m)

Acção disciplinar: cartões amarelos - Romagnoli (04m), Bruno (14m), Fernando Cardozo (16 e 83m), João Moutinho (24m), Ronny (36m), Miguel Garcia (60m), Juliano Spadacio (67m), Liedson (85m) e Miguel Veloso (90m); cartão vermelho - Fernando Cardozo (83m)

Melhor jogador: Nani

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