Rui Costa não tem sido presença assídua nestas páginas com muita pena minha. Preferia que fosse. Sempre gostei de o ver jogar e conheço poucos futebolistas tão virtuosos e elegantes como ele.
Mas o Rui pouco joga no Milan e há vários portugueses a brilhar por essa Europa fora. Bom. Sempre me pareceu que o Rui Costa ficou aquém de uma carreira fenomenal por culpa própria e não por falta de oportunidades. O Rui podia ter chegado muito mais longe e só não chegou porque não quis, porque lhe faltou ambição, porque se acomodou.
Primeiro na Fiorentina (onde esteve sete anos), depois no Milan, onde, ao fim de quatro anos, deixemo-nos de eufemismos, continua a ser uma figura menor. Não, leitor: isso dos suplentes de ‘luxo’ não existe; quer dizer, não existe para jogadores com a categoria – e o mercado – de Rui Costa. Mas o Rui, claro, só é suplente (de Kaká) porque aceita. Se estivesse muito incomodado com a situação, já tinha forçado há muito a saída do Milan .
Teve hipóteses para isso. Faz impressão ver Rui Costa entrar para jogar 15’ quando Ancelotti resolve descansar Kaká (dantes era Pirlo). Mas a mim faz-me ainda mais impressão como é que um tipo tão bom se conforma com isto, migalhas – por muito dinheiro que ganhe no Milan. E a verdade é que Rui Costa tem aceite esta posição de subalternidade desde que chegou ao Milan em 2001, depois de passar sete anos (dos 22 aos 28) a desperdiçar o seu talento num clube mediano como a Fiorentina.
Enquanto, note-se, os seus amigos Figo e Paulo Sousa apontavam ao topo – no Barça e no Real, na Juventus e no Dortmund, Rui recusou todas as propostas para sair de Florença, algumas interessantes. Onde poderia ter chegado ‘il fantasista’ se tivesse ido para Barcelona ou para Madrid com 25 anos? Pois era, mas não foi. Não quis. Rui Costa chegou ao Milan com 29 anos, teoricamente no auge, mas hoje, com 32 anos (faz 33 em Março), a única coisa que pode dizer, em consciência, é que ganhou os títulos e as honrarias que qualquer jogador do plantel do Milan se arrisca a ganhar.
O peso dele, a influência dele nos triunfos do Milan tem sido residual e, que me perdoe o Rui Costa se estou a ser injusto mas, que me lembre, o seu momento mais alto em quatro anos foi o cruzamento para Shevchenko marcar o golo que derrotou o Porto na Supertaça. O resto? Pouco mais de cem jogos completos em 180 possíveis, 7 golos, duas mãos-cheias de assistências, muitas, muitas tardes no banco.
Titular é que ‘niente’. Rui Costa: fantasista grandioso com o pecado de uma ambição incompreensivelmente pequena. Gostava de escrever mais sobre o nosso Rui sem ser para dizer que o Milan (a 2 pontos da Juventus) joga amanhã em Reggina e o meio-campo deve ser assim: Gattuso, Seedorf, Pirlo e Kaká. Que pena, Rui, mas é porque queres.
CHELSEA, PRIMEIRA FINAL HOJE
E pronto, começaram as dificuldades para o Chelsea. O empate caseiro (0-0) na última jornada com o Manchester City não foi nenhuma desgraça, mas deixou o Chelsea menos folgado na frente: Manchester Utd. e Arsenal ganharam e reduziram as respectivas desvantagens para 9 e 11 pontos. É muito, é pouco, é suficiente? Depende.
Depende do que o Chelsea fizer hoje em Goodison Park perante o combativo Everton (5.º). Se Mourinho não ganhar, o Manchester de Ronaldo atacará o Manchester City com ferocidade redobrada no ‘derby’ de amanhã (13h00, directo na Sport Tv) e... a luta pelo título pode reacender-se num instantinho – até porque neste momento o Manchester está a jogar mais do que o Chelsea. Se, pelo contrário, os londrinos ganharem ao Everton e o Manchester não vencer no terreno do rival, voltará tudo ao mesmo e o Chelsea poderá preparar com outra tranquilidade a maratona decisiva da próxima semana: dia 20, joga em Newcastle para os oitavos-final da Taça de Inglaterra; dia 23, joga em Barcelona para a 1.ª mão dos oitavos-final Liga dos Campeões; dia 27, joga em Cardiff a final da Taça da Liga com o Liverpool. Há nuvens sobre a cabeça do nosso ‘José’ e o episódio ‘Ashley Cole’ não ajuda nada. Hoje, em Goodison Park, o Chelsea vai mostrar de que material é feito.
‘MADRIDITIS' ATACA EM FORÇA
O Real de Luxemburgo leva seis vitórias seguidas na Liga e começa a ameaçar seriamente a liderança do Barcelona: esteve a 12 pontos, agora está a quatro. Hoje, o Barça (Deco em dúvida) joga em Saragoça, amanhã o Real (sem Figo, suspenso) tem encontro marcado com o Osasuna, em Pamplona. O Barça, em perda, já acusa ‘madriditis’ (o eterno complexo de inferioridade face ao rival branco), e a doença dá sinais de poder agravar-se. Assim ‘seu’ Wanderlei continue de bom astral.
INTER, MAIS UM EMPATEZINHO?
No domingo, o Inter somou mais um empate: 2-2 em Parma, depois de ter estado a perder por 0-2. É muito fácil prever os resultados do Inter na Série A (15 empates em 23 jornadas!) mas é bom que o Porto desconfie de tanta fartura, porque o Inter na Liga dos Campeões é outra coisa. Note-se que Adriano parece recuperado para o embate com os dragões. Hoje o Inter recebe a Roma de Abel Xavier. Talvez um empatezinho.
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