Um golo monumental do russo Izmailov, aos 75 minutos de um jogo pobríssimo, manteve o Sporting na rotina das vitórias iniciada em Dezembro do ano passado e deu ao clube a sexta Supertaça Cândido Oliveira, terceira do Século XXI. Um cometa dourado a cruzar uma noite escura e triste.
O resultado penalizou fortemente a falta de ambição e de soluções ofensivas da equipa do FC Porto, apesar de alguma infelicidade em três momentos avulsos do jogo, em que a bola foi rematada aos postes da baliza do inseguro Stojkovic.
Inicialmente, parecia que as duas equipas estavam capazes de disputar um encontro vivo e intencional, mas rapidamente os esquemas centrais se encaixaram.
A falta de inspiração dos laterais, agravada pela lesão prematura de Pedro Silva, confirmou o bloqueio do jogo e a forma física e técnica ainda muito atrasada de Quaresma e Liedson fez o resto. Foi um jogo sem ataque, chato, feio e desinteressante.
Pouco depois do golo de Izmailov, saído de um remate em arco a cerca de 30 metros, o polaco Kazmierczak disparou intencionalmente da esquerda, fora do alcance do novo guarda-redes sérvio do Sporting, mas a bola embateu com estrondo no poste esquerdo. Esta jogada merece referência porque foi mesmo a única de futebol conclusivo construída pelos campeões nacionais.
O Sporting conseguiu gerir bem o jogo a meio-campo, abdicando também do ataque continuado e apostando num lance de felicidade.
Sem capacidade física para se imporem a meio-campo, as duas equipas foram obrigadas a uma toada sem nexo, de chutão para a frente, abusando numa lotaria de passes compridos, votados ao insucesso. A taxa de bolas perdidas em erros não forçados foi elevadíssima.
Na primeira parte ambas as equipas estiveram tolhidas pelo medo, marcando firme e feio de forma a impedir o apoio aos jogadores da frente. O Porto só conseguiu chegar à baliza de Stojkovic em remates de longe de Quaresma, dois deles acertando nos postes, enquanto o Sporting registou dois momentos de frisson, em pontapés de canto, com Derlei a conseguir cabecear, antecipando-se no centro da área, mas sempre por cima da baliza.
Foi seguramente um dos piores jogos da história desta competição iniciada em 1979.
POSITIVO: MELHOR REFORÇO
O golo de Izmailov, a revelar um jogador que tem a característica do repentismo, que parece alhear-se do jogo durante muito tempo, mas tem alguma qualidade acima da média. Foi, por isso, o melhor dos reforços de ambas as equipas.
NEGATIVO: PEDO SILVA INFELIZ
O novo lateral-direito Pedro Silva apareceu de surpresa no lado oposto, não roubando o lugar a Abel, mas foi infeliz e teve de sair aos dez minutos, ficando por perceber se esta deslocação de flanco constitui mesmo uma solução para o futuro, ultrapassando pela esquerda os dois ‘especialistas’ Ronny e Had!
ARBITRO: PENÁLTI POR MARCAR
Bruno Paixão não destoou da má qualidade do jogo, errando em muitas avaliações técnicas e falhando na administração da disciplina, com um critério indefinido. Mas o erro maior foi a grande penalidade não assinalada por mão de Tonel, aos 56’.
FC PORTO: SEM QUARESMA E COM ALGUMAS CÁRIES
Hélton – Ingrato aquele golo de Izmailov.
Bosingwa – O seu corredor esteve sempre ocupado.
A FIGURA: Bruno Alves – O presidente do FC Porto incluiu-o na curta lista de inegociáveis. Fez por justificar o estatuto. Ganhou as bolas altas frontais, só falhou uma vez perante Derlei.
Pedro Emanuel – Bom regresso aos jogos oficiais, um ano depois.
Fucile – Cumpriu.
Paulo Assunção – Atento a Romagnoli, inexistente a atacar.
Raul Meireles – Anulou João Moutinho. Foi anulado por João Moutinho.
Cech – Pouco inspirado.
Quaresma – Perdeu os primeiros duelos para Pedro Silva. O defesa brasileiro lesionou-se, o extremo portista foi para o lado de Abel. Mas também aí nada conseguiu. Dois livres aos postes e pouco mais. A desilusão da noite.
Adriano – Estranho posicionamento, sobre as alas. Faltou no meio.
Lisandro – Preocupado com Miguel Veloso. Agressivo, esforçou-se mas não assinou um lance que mereça ficar guardado na nossa memória. O sacrifício do argentino foi excessivo, sinal de que era preciso equilibrar o meio-campo com o Sporting.
Kaz – Entrou e um minuto depois o Sporting fez golo. Grande remate ao poste.
Mariano González – Dez minutos em campo para tentar pôr ordem naquilo.
Leandro Lima – Fica para a próxima.
SPORTING: POLGA IMPERIAL GARANTIU SEGURANÇA E CONFIANÇA
Stojkovic – Em jogo pouco exigente, teve um deslize quando sacudiu uma bola para a frente.
Abel – Viu um cartão amarelo mas não se intimidou no confronto com Quaresma. Muito cauteloso, raramente subiu pelo flanco.
Tonel– Bem nas marcações. Teve uma falha importante que não deu penálti porque o árbitro não quis.
A FIGURA: Polga – Segurança imperial, a garantir confiança à equipa. Promete manter o nível da época passada.
Pedro Silva– Aposta em vão para a lateral esquerda pois aos seis minutos lesionou-se e saiu.
Miguel Veloso – Começou inseguro no passe mas rapidamente se recompôs para se assumir como referencial de segurança no miolo.
João Moutinho – Ainda não está a jogar no registo que o notabilizou e o conjunto ressente-se disso.
Izmailov – Um remate fantástico que valeu um grande golo e um troféu. Foi o momento do jogo.
Romagnoli – Começou bem, depois apagou-se e surgiu a desequilibrar a partir do meio da segunda parte. A equipa subiu imediatamente de produção.
Derlei – Inexcedível no empenho mas previsível nas iniciativas.
Liedson – Muito vigiado. Várias vezes fora-de-jogo e quase sempre fora do jogo.
Ronny – Saltou cedo do banco e entrou bem no jogo. Não se intimidou nos duelos com Lisandro ou com Quaresma.
Gladstone – Tampão defensivo na hora de segurar o 1-0.
Yannick Djaló – Entrou para manter a equipa esticada.
25’ Desaparecido, destaca-se pela primeira vez ao tentar fugir pela esquerda a Bosingwa, mas o lateral portista leva-lhe a melhor
35’ Recua ao meio-campo para buscar jogo, mas sofre falta de Raul Meireles quando se escapa
41’ Vê Helton antecipar-se num cruzamento
46’ Recebe a bola de costas para a baliza, vira-se e remata de fora da área para defesa de Helton.
50’ Volta a ver Helton antecipar--se num cruzamento.
65’ Falta dura sobre Fucile
70’ João Moutinho desmarca-se, mas faz o passe com muita força
79’ É solicitado em velocidade por Izmailov, mas remata muito por cima
90 2’ Vê cartão amarelo por atirar a bola para fora.
ESTATÍSTICA
Golos: 0
Remates à baliza: 1
Remates para fora: 1
Assistências: 0
Recuperações: 1
Faltas sofridas: 1
Faltas cometidas: 4
Perdas de bola: 2
4’ Primeira arrancada pela direita, defesa leonina levou a melhor
15’ Grande gesto técnico ao passar a bola por cima de João Moutinho
18’ Livre directo descaído pela esquerda com a bola a embater no poste de Stojkovic
19’ Sofre falta dura de Tonel
30’ Cobra livre directo, a bola embate no poste mas é assinalado fora-de-jogo a Adriano
32’ Remate forte fora da área mas a bola saiu ao lado
52’ Tem tudo para se isolar, mas uma má recepção impediu-o de ficar frente a frente com Stojkovic
61’ Remata fraco após cruzamento largo de Fucile
68’ Dribla Abel e Miguel Veloso e remata muito por cima
68’ Aplica a famosa trivela para cabeceamento por cima de Lisandro
73’ Bonito gesto técnico. Toca de calcanhar para Fucile
ESTATÍSTICA
Golos: 0
Remates à baliza: 4
Remates para fora: 2
Assistências: 0
Recuperações: 0
Faltas sofridas: 2
Faltas cometidas: 2
Perdas de bola: 9
BENTO: "PREVALECEU A EFICÁCIA E A SORTE"
Paulo Bento pediu “sacrifício” e a equipa cumpriu na íntegra o que foi exigido pelo técnico leonino, que conquista assim o seu segundo título depois da Taça de Portugal no final da temporada passada. “Há sempre alguma ansiedade. Tentámos não correr riscos nem cometer erros . O FC Porto alterou a forma de jogar para encaixar na nossa equipa. Tivemos alguns momentos de felicidade no fim do jogo e numa final prevalece a eficácia e a sorte”, afirmou o técnico vitorioso.
“Demonstrámos uma forte atitude
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