Aos 85’ Binya dirigiu-se para a linha lateral. No estádio, milhares contiveram a respiração. O camaronês iniciou a corrida, as câmaras vigiaram-lhe os pés suspeitos, mas das mãos a bola saiu murcha. Desilusão. Como um tiro de pólvora seca, o Benfica desperdiçava aquela que é, hoje em dia, a sua jogada mais perigosa. Que um lançamento lateral encerre toda esta importância sintetiza o futebol do Benfica: lastimável.
Como em muitas outras noites, impressionou pela ausência de graciosidade. Para piorar, entrou a perder. O golo de Zé Manuel nasceu de uma falha do meio-campo, que permitiu a entrada de César Peixoto. Quim defendeu mal, Zé Manuel rematou para a baliza vazia. Curiosamente, o golo nem fez mal ao Benfica, que joga quase sempre com coração e exibe boa atitude. Mal se encontrou em desvantagem foi para cima do Braga, que desatou a cometer faltas. Assim apareceu o golo de Luisão.
O jogo parecia capaz de entusiasmar, mas esse período de intensidade terminou por volta dos 35’. O Braga, com excesso de jogadores sem ritmo no meio-campo, não comunicava com os avançados. O Benfica tinha mais bola e metros de relva, mas, como em outras noites, poucas vezes transformava essa vantagem em algo interessante.
O jogo voltou do intervalo pior. Di María, Rui Costa e Nuno Assis não conseguiam fazer funcionar Cardozo e desta vez não havia Makukula para acrescentar. Do outro lado, Manuel Machado trocou o único médio que aparecia na frente por Frechaut, uma forma diferente de dizer que colocou mais um cadeado na tranca.
A dez minutos do fim já ninguém desejava que o Benfica jogasse bem. Os adeptos só pediam apenas metade da sorte que tiveram em Nuremberga. Assis rematou na área, Contreras cortou com dor e no último suspiro a bola saiu da bota de Nélson para fora. A história do futebol está repleta de clubes que conseguiram alguma coisa jogando pouco. O Sp. Braga colocou outra vez o seu nome nessa lista, onde na quinta-feira já figurava o nome do Benfica. Mas por norma ganha quem joga bem e é equilibrado. Por isso o FC Porto tem mais doze pontos do que os encarnados. E está muito bem assim. Quem empata cinco jogos em casa não está autorizado a pensar no título.
POSITIVO: KIESZEC, O DESTAQUE
Na Luz, o guarda-redes Kieszek nem foi especialmente testado, mas fez o necessário para deixar boal impressão. Com Paulo Santos muito pior do que era costume, o polaco pode ajudar Manuel Machado a estabilizar a equipa atrás.
NEGATIVO: QUE FAZER A PETIT?
É provavelmente o jogador em pior forma no Benfica. Na Alemanha sentiu imensas dificuldades para ajudar atrás, desta vez Camacho pediu-lhe que actuasse um pouco à frente de Binya. Mais vezes com a bola no pé, Petit não conseguiu fazer a diferença...
ARBITRAGEM: SÓ UMA DÚVIDA
Aos 76’ Luisão acertou em Jaílson, na área, mas Jorge de Sousa deixou seguir. Um lance de dúvida numa exibição muito boa da equipa de arbitragem. Os jogadores estavam naquelas noites aborrecidas, faziam faltas por tudo e por quase nada.
CAMACHO: "FIZEMOS TUDO PARA VENCER"
José Antonio Camacho estava de consciência tranquila no final do jogo porque, no entender do treinador do Benfica, a equipa fez tudo para ganhar. “Tentámos marcar golos por todos os meios, criámos ocasiões mas não conseguimos vencer. No futebol, quando a bola entra na baliza está tudo bem, quando não entra há problema. O que podemos nós fazer... fizemos tudo para vencer”, disse, resignado, o técnico espanhol, revelando que Makukula não jogou porque “de manhã queixou-se com dores”. O avançado tem uma mialgia na coxa direita.
Em dez jogos na Luz, o Benfica venceu apenas quatro. “O rendimento no nosso estádio não está a ser bom e atrasámo-nos no campeonato. Os jogadores estão tentando mas as coisas não estão acontecendo”, disse Luisão, recusando desistir do título: “Temos de ir tentando jogo a jogo”.
Manuel Machado, técnico do Sp. Braga, ficou satisfeito: “Quebrámos um ciclo menos positivo. A equipa vai subir neste terço final do campeonato”.
Local: Estádio da Luz, em Lisboa (31.220 espectadores)
Árbitro: Jorge Sousa (Porto)
BENFICA: Quim, Nélson, Luisão, Katsouranis, Léo, Binya, Petit (Sepsi, 65m), Nuno Assis (Freddy Adu, 84m), Rui Costa, Di María (Mantorras, 78m) e Cardozo. Treinador: José Antonio Camacho.
SPORTING DE BRAGA: Kieszek, João Pereira, Paulo Jorge, Rodríguez, Miguelito, Contreras, Roberto Brum, Zé Manuel (Wender, 61m), César Peixoto (Frechaut, 50m), Matheus e Linz (Jaílson, 72m). Treinador: Manuel Machado.
Marcador: 0-1, Zé Manuel (05m); 1-1, Luisão (20m);
Acção disciplinar: Cartões amarelos – Roberto Brum (20m), Matheus (45m), Zé Manuel (59m), Sepsi (66m), Luisão (76m), Nuno Assis (83m), Miguelito (87m)
Melhor jogador: Kieszek (Sp. Braga)
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