Paula Dapena, atleta do Viajes Interrías FF, recusou-se, sábado, a respeitar um minuto de silêncio em memória de El Pibe num particular frente ao Deportivo da Corunha, ao sentar-se e colocar-se de costas quando as equipas estavam alinhadas no relvado antes do apito inicial e desde aí a sua vida virou um inferno.
"Não fui só eu vítima de assédio nas redes sociais mas também as minhas companheiras de equipa. Por terem as contas públicas começaram a receber mensagens. Para mim chegaram a dizer: 'Vou descobrir a tua morada, vou a tua casa e parto-te as pernas", conta ao 'AS', acrescentando: "Na realidade, estou um pouco saturada. Entre redes sociais entrevistas... É horrível".
A futebolista nunca pensou que a sua atitude tivesse tanto impacto: "Primeiro julguei que ia ficar entre os meus seguidores, depois quando a notícia saiu no Pontevedra Viva, porque a minha irmã trabalha lá, acreditei que não iria muito além da província de Pontevedra mas de repente começaram a sair notícias por todo o lado".
Paula Dapena não sabe o que fazer do ponto de vista legal face a tantas ameaças. Para já está só a expor os autores das mais ofensivas nas redes sociais para se haja "denúncias e as respectivas contas sejam eliminadas".
Após se ter recusado a respeitar o minuto de silêncio, a jogadora explicou a decisão: "As minhas colegas olharam para mim e riram-se porque sabiam que eu iria fazê-lo. Há poucos dias, quando se assinalou o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, esses gestos não foram feitos. E se não houve um minuto de silêncio pelas vítimas, não estou disposta a fazê-lo por um agressor", afirmou Paula Dapena ao jornal 'Pontevedra Viva'.
"Neguei-me a guardar esse minutos de silêncio por um violador, pedófilo e abusador. Para ser jogador há que primeiro ser pessoa e ter valores além das habilidades como as que ele [Maradona] tinha, que sabemos que eram qualidades e dotes futebolísticos espetaculares", acrescentou a atleta.