Adão Mendes explica em tribunal questão das missas e dos padres no Caso dos emails

Antigo observador da FPF contou que conheceu Pedro Guerra numa final da Taça de Portugal.

07 de outubro de 2022 às 13:56
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O julgamento do 'caso dos emails' prosseguiu esta sexta-feira no Juízo Central Criminal de Lisboa, já tendo terminado o depoimento de Adão Mendes. Durante a sessão, o antigo observador da Federação e da Liga Portuguesa de Futebol Profissional confirmou o envio de alguns emails, tentou decifrá-los, embora em relação a alguns pormenores de assuntos passados há oito anos já não conseguisse precisar.

Adão Mendes contou que conheceu Pedro Guerra numa final da Taça de Portugal entre o Benfica e o V. Guimarães, clube para o qual trabalhava, e que o comentador lhe disse que ia precisar de ajuda pois estava na televisão e não tinha conhecimento sobre aspectos da área da arbitragem. Passados uns meses, contactou-o, começando assim as trocas de emails entre ambos, situação que durou uns meses, até, segundo disse, ter desistido.

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"Disse ao Pedro Guerra: não gosto que você diga mal dos árbitros. Se for para continuar assim não há mais qualquer esclarecimento da minha parte. Algumas vezes falei com ele pelo telefone", referiu.

Adão Mendes garantiu que não costumava ver o programa onde foram divulgados os emails.  "Tive conhecimento uns dias depois de começarem a ser divulgados. O meu filho avisou-me que andavam a falar de mim nesse programa. Por isso, comecei a ver. Tenho presente e fiquei irritado porque o que leram lá não era com a intenção com que eu os tinha escrito… Senti-me roubado e fiquei preocupado porque algumas coisas que lá disseram não era o que estava escrito… Não houve nenhum email lido na íntegra e foram sempre acrescentadas coisas que não estavam escritas", garantiu.

Quando aos conteúdos mais polémicos referiu: "Essa lista era relativa aos árbitros que seriam os mais capazes para a profissionalização da arbitragem. Ele perguntou-me o que eu achava? Quais é que poderiam aderir? Na minha opinião deviam ser os que tinham profissões liberais. Disse-lhe os nomes de sete ou oito que deviam aderir à profissionalização."

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Quando lhe foi pedido para esclarecer acrescentou: "Para serem profissionais. Mas assim foi posta em causa a dignidade desses árbitros e alguns, passados estes anos, continuam no ativo, é sinal de que nada lhes foi apontado. Mas nessa altura colocaram em causa a sua honestidade."

Quanto a uma troca de emails com Paulo Gonçalves, que Adão Mendes conhecia desde os tempos em que o primeiro trabalhava no Boavista, sustentou: "Era relativo a um recurso de um processo do meu filho Renato, que desceu do 3º escalão para os distritais. Pedi-lhe ajuda e ele disse-me que não era ético ser ele, disse-me para falar com a dra Isabel Cunha. Fizemos um acordo e o meu filho meteu o recurso mas perdeu. No programa, o Francisco J. Marques disse na televisão que o meu filho subiu, subiu, subiu. O que era mentira porque o meu filho só chegou ao terceiro escalão.".

"O meu filho foi candidato a árbitro assistente. Não chegou a ser. Reprovou na prova física, aliás foi logo aconselhado a ver o problema que saúde que tinha. Nem chegou a fazer a segunda prova. Ao contrário do que disseram no programa, não subiu."

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O juiz Nuno Dias Costa questionou Adão Mendes qual era o papel de Pedro Guerra no Benfica. "Isso não sei, nunca soube nem nunca me interessou saber. Apenas dei opiniões."

No final da sessão, o antigo observador da Federação e da Liga Portuguesa de Futebol Profissional disse a Record: "Estou estou tão seguro da minha inocência que nem preciso de advogado, vim eu defender-me."

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