APCVD instaura processo após alegado insulto racista no Olhanense-Rabo de Peixe

Futebolista do Olhanense, Edson, acusou Diogo Andrade, jogador do Rabo de Peixe, de ter proferido um insulto racista, no domingo, tendo sido expulso quando reclamava.

07 de novembro de 2022 às 18:37
Bola de futebol Foto: Direitos Reservados
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A Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD) anunciou esta segunda-feira ter instaurado um processo com base nos alegados insultos racistas durante o jogo Olhanense-Rabo de Peixe, do Campeonato de Portugal de futebol.

"Face à notícia de insultos de natureza discriminatória e eventuais atos de racismo no jogo entre o Sporting Clube Olhanense - Clube Desportivo Rabo de Peixe, que se realizou ontem no estádio José Arcanjo em Olhão, a contar para a 6.ª jornada do Campeonato de Portugal Série D, estando em causa um eventual ilícito de natureza contraordenacional, a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto, instaurou um processo para apuramento dos factos e responsabilidades daí decorrentes", refere a nota da APCVD.

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No domingo, o futebolista Edson, do Olhanense, acusou Diogo Andrade, jogador do Rabo de Peixe, de ter proferido um insulto racista, tendo sido expulso quando reclamava, enquanto o clube açoriano rejeita a acusação.

"Momentos depois de lhe ter feito falta, sem querer, após outra falta, quando estávamos na grande área, ele disse: 'seu preto de merda'", relatou à agência Lusa o médio dos algarvios, acrescentando que pelo menos outro jogador do Rabo de Peixe terá ouvido o alegado insulto.

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O jogador luso-guineense, de 26 anos, explicou que se dirigiu imediatamente ao árbitro, Ricardo Góis (Associação de Futebol de Setúbal), para o informar do que se tinha passado.

"Fui logo falar com o árbitro. Ele disse-me que ia estar atento, mas disse-lhe que era racismo e que ele não podia dizer só isso. Ele deu-me amarelo e, depois de eu falar novamente, deu-me o segundo amarelo", declarou Edson, expulso aos 38 minutos da partida que terminou com vitória do Rabo de Peixe (2-0) e os locais reduzidos a oito jogadores, depois de mais duas expulsões no segundo tempo.

Por ocasião da expulsão de Edson, o encontro ficou interrompido cerca de cinco minutos, com a estrutura e outros jogadores do Olhanense a protestarem com o árbitro.

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Diogo Andrade, jogador do Rabo de Peixe, não falou após a partida, mas o diretor desportivo dos açorianos desmentiu a acusação.

"Quando aconteceu estava no banco, mas os meus jogadores dizem-me que o termo que o jogador do Olhanense alega não foi o termo que o meu jogador disse. Se acontecesse, seria lamentável, mas, por aquilo que os jogadores me transmitiram, ninguém diz que a conversa foi dessa forma", afirmou Hernâni Melo.

O presidente da SAD do Olhanense, Luís Torres, disse à Lusa que o clube ia apresentar um protesto no relatório do jogo e encaminhar a acusação para a Federação Portuguesa de Futebol.

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A seu pedido, os agentes do Polícia de Segurança Pública (PSP) presentes no Estádio José Arcanjo, em Olhão, registaram a ocorrência.

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