Aplausos e lágrimas na despedida de Jorge Costa
Centenas de pessoas, com camisolas e cachecóis do FC Porto, no funeral do lendário central. Família e amigos não esconderam as lágrimas.
“O Jorge não desapareceu. Está lá em cima a olhar por nós.” Foi com estas palavras que o padre que celebrou as exéquias fúnebres de Jorge Costa se referiu ao lendário capitão do FC Porto, esta quinta-feira de manhã, na Igreja doCristo Rei, no Porto.
Centenas de pessoas participaram no funeral de Jorge Costa, que era atualmente diretor do futebol profissional dos dragões. A cerimónia foi fechada a familiares e amigos, mas nas imediações da igreja eram muitos aqueles, que vestidos com camisolas do FC Porto e cachecóis azuis-e-brancos - marcaram presença na despedida da eterna lenda do clube.
“Já chorei muito. Ele era um menino”, disse, com lágrimas nos olhos, Maria Manuel, que esteve junto à igreja para se despedir do ‘bicho’, como ficou conhecido o ex-jogador. “É uma pena, era um bom pai e um ótimo jogador”, referia emocionada Maria Adélia, que depositou um ramo de rosas brancas junto ao carro fúnebre que, dali a pouco, iria seguir em cortejo fúnebre até ao cemitério de Agramonte.
Se os anónimos enchiam as imediações da igreja, lá dentro foram muitas as figuras ilustres do futebol português, amigos e ex-colegas do clube, entre eles, Luís Figo, FernandoCouto, Vítor Baía, Ricardo Carvalho ou Sérgio Conceição, que participaram na eucaristia.
Plantel marcou presença no funeral. Villas-boas foi o primeiro a entrar à igreja e o último a sair do cemitário
Os rostos fechados dos mais próximos, à chegada à igreja, confundiram-se com as lágrimas à saída, onde os mesmos, juntamente com a equipa principal do FC Porto - que chegou no autocarro do clube - fizeram uma guarda de honra, à saída da igreja, criando um cordão por onde passou a urna até ao carro fúnebre.
Costinha era um dos antigos jogadores mais abalados com a partida do amigo. André Villas-Boas, presidente do FC Porto, foi o primeiro a entrar na igreja, ainda antes do corpo chegar, e o último a sair do cemitério. Seguiu o cortejo fúnebre atrás da urna, coberta por uma bandeira do clube. À saída da igreja, ouviram-se aplausos e vivas ao ‘capitão dos capitães’ e ouviu-se o hino portista, entoado pelos Super Dragões, que lançaram fumos da cor do clube.
Jorge Costa, de 53 anos, morreu, na terça-feira, vítima de uma paragem cardiorrespiratória, no Centro de Treinos do FC Porto, no Olival, em Vila Nova de Gaia. A situação foi revertida no local e o lendário central ainda foi encaminhado para o Hospital de S. João, no Porto onde faleceu pouco depois.
E TAMBÉM
Clube faz agradecimento
O FC Porto agradeceu a todas as pessoas e instituições “a forma respeitosa e sentida como homenagearam, nos vários momentos, o lendário capitão”. “Cabe a cada um de nós a missão de honrar o seu legado”, escreveu o clube no X. A próxima homenagem será segunda-feira, na receção ao V. Guimarães, para o campeonato.
Missa de sétimo dia
Na próxima terça-feira, dia 12, realiza-se a missa de sétimo dia de Jorge Costa na Igreja do Cristo Rei, o local do funeral. A cerimónia está marcada para as 19h00.
FRASES
Costinha, ex-jogador
"Pedi apenas ao Jorge e a Deus que guardasse uma cadeirinha para quando eu for ter com ele".
Ricardo Carvalho, ex-jogador
"Cresci com ele, aprendi muito com ele, mas mais que o grande atleta é um grande homem".
Chaínho, ex-jogador
"Do Jorge levo só coisas boas. Já não tenho vontade de chorar. A vontade é dizer ‘até já'".
Nuno Capucho, ex-jogador
"Custa dizer, mas os bons também vão. Só espero que tenha paz e esteja feliz onde está".
Domingos Gomes, ex-médico do FC Porto
"Era uma pessoa excecional que nos marca para toda a vida. Era um capitão muito presente".
António Tavares, presidente da Mesa da AG do FC Porto
"É uma parte da história do FC Porto. O Jorge ajudou a construir o ADN do clube".
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