Bruno de Carvalho diz que Mendes queria 7 dos 18 milhões por Patrício

Presidente do Sporting admite que cheguem outras rescisões de jogadores e diz que conta com Jesus.

01 de junho de 2018 às 11:50
Bruno de Carvalho Foto: António Cotrim/Lusa
Bruno de Carvalho Foto: Direitos Reservados
Bruno de Carvalho debaixo de suspeitas por alegada apropriação de verbas Foto: Lusa

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Bruno de Carvalho começou a conferência de imprensa a confirmar que chegou a Alvalade a carta de rescisão de Rui Patrício. O presidente do Sporting diz que um administrador da SAD esteve a negociar o jogador, pensando inicialmente que era para o Nápoles, mas depois chegou uma proposta do Wolverhampton.

O presidente explica que o negócio com o clube inglês seria de 18 milhões de euros, mas revela que o empresário Jorge Mendes queria 7 milhões para si.

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"O Sporting não cede a chantagens", diz Bruno de Carvalho. "Tenho pena que o Rui Patrício não tenha falado com a sua entidade patronal. Está a ser manipulado".

O dirigente explica que, quando o Sporting renovou com Rui Patrício e Adrien Silva, os novos contratos acabaram com as cláusulas anteriores, referente a contratos assinados por Godinho Lopes. Segundo o dirigente, nos anteriores contratos dos jogadores, a Gestifute, empresa de Jorge Mendes, tinha direito a percentagens dos passes dos jogadores, o que foi removido nos novos acordos. E acrescenta que a Gestifute exigiu 3 milhões pela venda de Patrício e outros 4 referentes à venda de Adrien na época passada para fechar o negócio do guarda-redes com o Wolverhampton.

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O presidente do Sporting fala de "uma máquina em movimento" para prejudicar o clube e diz que está no Sporting "para defender os interesses do clube".

Patrício não atendeu telefone

Bruno de Carvalho diz que tentou ligar várias vezes para Rui Patrício na quinta-feira, mas que este - que integra os trabalhos da Seleção - não atendeu. "É pena, deve ter muitos treinos de seguida. Se ele tivesse atendido para eu lhe explicar o que estava em causa, se calhar a situação tinha-se resolvido".

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"William e Patrício já deviam ter saído"

"Quer o Rui quer o William, nós pessoalmente achamos que já deveria ter saído. Já lhes devia ter sido dada essa oportunidade. Até porque é a vontade deles. Passou-se o ponto de equilíbrio. Passou aquela vontade de vencer. Como presidente tenho de conciliar os interesses dos jogadores com os interesses do clube", disse Bruno de Carvalho.

O presidente lembra que o jogador tem sete dias para refletir sobre a rescisão e espera que haja um recuo. "Rui Patrício deveria sair pela porta grande, como ele merece e como o clube merece".

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"Não há razões para a rescisão"

Falando sobre Patrício, Bruno de Carvalho diz ter a convicção de que "não existe qualquer razão para uma rescisão". 

Dizendo que não quer fazer da conferência de imprensa um "ataque a Jorge Mendes", Bruno de Carvalho diz que o empresário do guarda-redes "é uma pessoa muito inteligente", mas afirma que lhe ficava bem "assumir a preponderância que tem no Benfica".

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"Há razões para justa causa, mas se nós aceitássemos pagar sete milhões ao empresário já não haveria razões para esta justa causa. Só não entende quem não quer".

O presidente do clube diz que Jorge Mendes exige ao Sporting outros 4 milhões de euros pelo negócio da venda de Adrien ao Leicester, o que Bruno considera absurdo.

"É possível que cheguem mais rescisões"

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Bruno de Carvalho admite que mais jogadores possam seguir o exemplo de Patrício. "É possível que venham mais rescisões. Nesta coisa cria-se o efeito de bola de neve. Mas temos de respirar fundo". O presidente apela aos sócios que "tenham calma" e "não critiquem o Rui". "Peço que os sportinguistas mantenham a crença nos seus jogadores e não criem alguma hostilidade".

Ainda assim, o presidente acredita que "não há razões para justa causa". "Temos tudo preparado, mas espero que não seja preciso recorrer [a argumentos jurídicos]. É desprestigiante para os jogadores que isso aconteça". 

"Jorge Jesus tem um contrato"

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Bruno de Carvalho não se alongou muito sobre o treinador. "Jorge Jesus tem um contrato, foi-lhe pedido que se apresentasse no dia 21. Não esperamos que o contrato seja abreviado ou prolongado". Novamente questionado sobre o treinador, Carvalho insiste "Não percebo porque hei-de comentar rumores e opiniões. Tem um ano de contrato, está tudo definido. É um não assunto".

"É tudo culpa do Bruno de Carvalho"

Recorrendo à ironia, Bruno diz que as razões alegadas para rescisões com o Sporting se resumem a si. "Eu, eu, eu. É tudo culpa do Bruno de Carvalho. Se eu fosse narcisista, como me acusam, estaria feliz porque o meu nome aparece em todas as notícias".

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"Quando cheguei ao Sporting, Patrício queria sair"

Bruno de Carvalho revela que, quando chegou à presidência do clube, Patrício queria sair. "Era uma altura diferente, o clube estava em grandes dificuldades, salários em atraso, uma dívida de 500 mil euros. Mas conseguimos que eles mudassem de ideias e renovaram contratos, ele e o Adrien. A nossa ideia era que acabassem as carreiras no Sporting".

"Eu não gostaria, enquanto jogador, de saber que estava a ser usado para acerto de contas. O Rui não tem culpa do que se está a passar"

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"O Sporting foi um pai e uma mãe para o Rui Patrício. É preciso refletir", acrescenta Bruno de Carvalho.

"Gerimos o dinheiro do Sporting como se fosse o nosso"

"No dia em que sair do Sporting quero sair de cabeça erguida e com muito orgulho. Seria um crime aceitar pagar 7 milhões a um empresário. Gerimos o dinheiro do Sporting como se fosse o nosso dinheiro, não cedemos a chantagem."

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