Dragão merecia mais no adeus à Champions

Um gigante, ainda que sem 11 metros. O FC Porto só caiu no desempate por penáltis, frente ao poderoso Arsenal. Trossard aproveitou uma das poucas distrações portistas para igualar a eliminatória, mas Raya é que foi decisivo: evitou golos no tempo regulamentar e defendeu os penáltis de Wendell e Galeno.

Rezavam as crónicas que era impossível enfrentar um monstro inglês nos olhos. O destino já estava marcado. Só que o FC Porto de Sérgio Conceição não se verga assim. Mais uma vez, o treinador português trabalhou bem a equipa e, em Londres, até dividiu a iniciativa de jogo.

Conceição sabe - sabemos todos - que tudo se decide nos detalhes. Evanilson rematou por duas vezes, uma ao lado, e outra para defesa de Raya. Já o Arsenal, na primeira verdadeira brecha na defesa azul-e-branca, acabou por ser mortal. Passe excelente de Odegaard e finalização perfeita de Trossard. 1-0 e tudo empatado nos ‘oitavos’.

Golpe duro antes do intervalo para o FC Porto, que, contudo, não abanou. Com um jovem Pepe ao lado de Otávio, secou por completo o Arsenal na segunda parte, à exceção de um golo anulado por falta evidente.

E Francisco Conceição, no contra-ataque, poderia ter dado a machadada final nisto tudo, mas Raya voltou a defender um belíssimo remate. Com o passar do tempo, e com todos os jogadores - dos dois lados - a revelaram dificuldades físicas, cada técnico foi aos respetivos bancos. Imagine-se a diferença: Arteta chamou Gabriel Jesus e Sérgio Conceição chamou, sem desrespeito para o mexicano, Jorge Sánchez.

Com orgulho tripeiro e raça de dragão, mas já sem Alan Varela, os azuis-e-brancos aguentaram mais meia hora frente ao líder da Liga inglesa. Na chamada lotaria, os ingleses foram mais competentes. Diogo Costa não conseguiu segurar qualquer penálti e deu Raya - defesas a remates de Wendell e Galeno e adeus inglório de um grande, gigante FC Porto.