Dragão ganha com ajuda de Tonel

Equipa de Peseiro acabou a tremer. Leia a análise ao jogo.

29 de fevereiro de 2016 às 03:47
29-02-2016_03_32_00 porto.jpg Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
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O FC Porto colou-se ao Benfica na classificação da Liga ao vencer o Belenenses, por 2-1, num jogo em que terminou a tremer e a queimar tempo. Um triunfo onde foi mais evidente o demérito dos anfitriões do que o mérito dos portistas.

José Peseiro pediu uma equipa a jogar no limite, mas isso nunca aconteceu. Os brindes do Belenenses permitiram ao FC Porto estar a vencer por 2-0 ainda antes dos 20 minutos.

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O primeiro golo surgiu numa jogada iniciada por José Ángel e contou com a intervenção de Suk, com Gonçalo Silva a cortar a bola para zona proibida, onde surgiu Brahimi a rematar colocado para o 1-0. Os azuis do Restelo não conseguiam criar perigo. Se o primeiro tento portista foi uma oferta da defesa belenense, o que dizer do segundo, quando Tonel, sozinho na área, cabeceia para a própria baliza, traindo Ventura. Encandeado pela luz, desculpou-se ainda no campo. Os dragões apanharam-se a vencer por 2-0 e adormeceram à sombra das ofertas.

Carlos Martins, o mais inconformado do Restelo, tentava remar contra a maré. Atirou ao poste, já com Casillas batido, num livre direto. Este lance fez os azuis acreditarem que poderiam conseguir algo mais.

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O FC Porto, sem o castigado Layún e o lesionado Martins Indi, conseguia mesmo assim travar o ímpeto do adversário.

Na segunda parte, surgiu um Belenenses renovado na ambição. Saiu Tonel e entrou Miguel Rosa.

Ventura ainda negou um golo a Suk (46’), após ter sido isolado por Herrera. Começou então a tremideira dos dragões. A equipa praticamente abdicou de atacar. Carlos Martins cresceu ainda mais e foi o cérebro de que o Belenenses precisava. A equipa de Julio Velázquez galvanizou-se e sentiu o medo portista. O golo de Juanto (60’) foi um murro no estômago cuja dor demorou a passar.

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A desconcentração dos dragões foi generalizada, até que emergiu o talento de Casillas. Espectador privilegiado na 1ª parte, revelou-se decisivo na 2ª a segurar a vantagem. Negou golos certos a Carlos Martins, um perigo constante nas bolas paradas, a André Geraldes, a Bakic e a Ruben Pinto.

Os portistas continuavam a tremer e acabaram a segurar a bola, literalmente a empatar tempo, à espera que o árbitro João Capela acabasse com aquele sofrimento.

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Análise dos jogadores: Casillas decisivo ‘agarra’ vitória

Maxi Pereira – Raçudo e incansável a defender e a atacar. Faz o cruzamento para o autogolo de Tonel.

Chidozie – Cumpriu, mas viveu momentos difíceis na segunda parte com a entrada de Miguel Rosa.

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Marcano – Não tem rotinas com Chidozie e precisou de atenção redobrada.

José Ángel – Não faz esquecer Layún. Mesmo assim, assinou alguns bons passes a rasgar a defesa adversária.

Danilo – Muito trabalho no meio-campo. Melhor na primeira parte.

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André André – Foi o músculo. Não se coibiu de recorrer por vezes à falta para travar os adversários.

Herrera – É o líder da equipa. Voluntarioso e grande pulmão. A atacar e a defender.

Corona – Não foi tão desequilibrador quanto a equipa precisava.

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Brahimi – Tem andado amuado, mas o golo libertou-o mais. Saiu lesionado.

Suk – Batalhador e disposto a ganhar o lugar a Aboubakar. Pressionante e sempre focado na baliza. Faltou o golo.

Marega – Entrou motivado, mas num período em que o Belenenses dominava. Não desequilibrou.

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Evandro – Fundamental para dar pulmão ao meio-campo, muito desgastado na segunda parte.

Varela – Pouco tempo em campo.

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Análise ao jogo

Positivo: Carlos Martins

Carlos Martins, de 33 anos, foi o motor do Belenenses. Talhado para os grandes jogos, foi um perigo constante para a baliza de Casillas. Atirou uma bola ao poste e impulsionou a equipa para a procura do golo. A desvantagem é que já era demasiada...

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Negativo: Tonel

Tonel viveu ontem mais um dia negro. Um autogolo inexplicável deixou os dragões a vencer por 2-0 aos 20 minutos de jogo. Foi ele que fez o penálti, nos descontos, em Alvalade, que permitiu ao Sporting vencer por 1-0. E já falhara com o Benfica.

Arbitragem: disciplina e rigor

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João Capela teve uma arbitragem positiva. Mostrou-se disciplinador e com grande rigor na marcação das faltas. Contudo, há um fora de jogo assinalado a Suk que deixa grandes dúvidas, embora o lance tenha morrido nas mãos de Ventura.

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