FC Porto vence Feirense embalado pela festa do título
Dragões dominaram o jogo e chegaram à vitória com golos de Sérgio Oliveira e Brahimi.
A festa de sábado e a peripécia de ter de trocar de hotel durante a noite não afetaram a equipa. O cenário azul e branco estava montado e os jogadores cedo mostraram que pretendiam retribuir aos adeptos o apoio que receberam ao longo das últimas 33 jornadas.
Não houve cabelos pintados de azul e branco, mas houve sorrisos. Muitos. Nas bancadas, na tribuna, no banco e até dentro de campo. A missão estava cumprida, com a conquista do 28.º título.
No entanto, este é um campeão de fibra. Feito de alguns renegados que relançaram a carreira com Sérgio Conceição, depois de terem sido escorraçados por anteriores treinadores.
Chegou a hora de agradecer. O jogo foi quase de sentido único.
Soares, Alex Telles e Marega iam causando perigo. Mas até foi o Feirense que causou um calafrio a Casillas. Crivellaro, de fora da área, fez um chapéu ao guarda-redes espanhol que bateu na trave.
O FC Porto entrou em velocidade de cruzeiro. Aquela com que justificou a obtenção do título nacional. Reyes empatou as bolas no ferro, com um remate à trave, após cruzamento de Alex Telles.
Depois de duas tentativas de longa distância, Sérgio Oliveira conseguiu marcar o golo. Dominou a bola no peito e atirou um foguete de fora da área para a baliza, mantendo a festa nas bancadas bem acesa.
O Feirense batia-se como podia. Luta pela sobrevivência na Liga. Uma vitória valia a manutenção, mas ontem a festa estava reservada para os portistas. Os pupilos de Nuno Manta mostravam brio, perante um adversário que aniquilou os rivais.
Na etapa complementar, foi a vez de emergir Brahimi. Um golo com a sua marca. Uma marca de talento. Dominou a bola e rematou para o 2-0.
As bancadas pintadas de azul e branco agitaram-se. Pediam-se mais golos, mas a tarefa estava cumprida. O banco parecia um parque infantil, tamanha a alegria. Até Sérgio dialogava com os jogadores antes das substituições. Nem houve polémica de lances duvidosos para penáltis. E existiram.
Nos descontos surgiu um prémio de consolação para o Feirense. Um golo de Valência que premeia o esforço e a luta.
"Rivais deram volume à vitória"
"Este não era um jogo fácil. Devido aos festejos de véspera e à situação da mudança de hotel fomos para a cama às seis da manhã. Mas a nossa vontade de brindar os adeptos era enorme. Queremos os 88 pontos", disse Sérgio Conceição após o jogo de ontem.
O treinador do FC Porto explicou depois, sobre a gestão de jogadores, que está no clube "para ganhar jogos". "Nunca fui muito simpático na minha vida. Sei que há jogadores que merecem jogar, mas quero é ganhar." O técnico declina ser o herói da conquista do título. "Só faço parte da estrutura. Há muita gente envolvida atrás de mim. Desde o tratador da relva, roupeiros, comunicação, todos. O engenheiro Luís Gonçalves e o presidente, que trabalham mais de perto comigo, todos são importantes. E, claro, os jogadores. Eu sou apenas a cara. Quero ainda destacar os três grandes rivais, pois deram mais volume a esta vitória."
ANÁLISE
Mais: Ambiente de festa
Um estádio cheio e em ambiente de festa. Os jogadores ajudaram com uma boa exibição e até o adversário contribuiu com uma exibição aguerrida que só valorizou o triunfo dos portistas. Campeão agradeceu o apoio dos adeptos com uma vitória.
Menos: Lesão de Reyes
A festa para Reyes terminou mais cedo, quando teve de ser substituído devido a uma lesão muscular na coxa direita. Os companheiros ainda o animaram e atiraram-no ao ar no final do jogo. Mas isso não tirou o ar de preocupação da cara do mexicano.
VAR ajudou
É certo que a festa começou no sábado, mas o VAR ajudou Luís Godinho, quando este assinalou uma grande penalidade. A falta foi cometida fora da área e o juiz eborense repôs a justiça. Benefício da dúvida num lance em que Sérgio Oliveira pediu penálti.
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