Seleção dá festa de golos e bom futebol
Seleção fez dois golos, pelos dois homens mais avançados.
Exibição e resultado a condizer andaram de braço dado pelo menos durante uma hora e balancearam Portugal para um triunfo justo, ainda que curto, sobre a Bélgica, líder do ranking mundial, por 2-1, no segundo teste em quatro dias com vista à fase final do Euro.
Fernando Santos mexeu muito na equipa, mas manteve-se fiel às ideias, a mais vincada das quais a dupla de avançados formada por Nani e Ronaldo, sem direito a ponta de lança.
O que se viu nos quase primeiros dez minutos até não fazia adivinhar o que se tornou num vendaval ofensivo. Antes, Portugal esteve encolhido, mas depois libertou-se das amarras, com a mobilidade de João Mário, o critério no passe de André Gomes e o repentismo de Nani e Ronaldo a fazerem estragos. Estes quatro elementos deixaram os belgas sem referências para a marcação, perdidos perante a criatividade da Seleção e, antes do primeiro golo, já Courtois e a trave (cabeceamento de Ronaldo) retardavam o que era inevitável: o primeiro golo do jogo, marcado por Nani, isolado por André Gomes.
E o golo não esfriou o ímpeto nacional. Estava em campo Ronaldo, que, ávido de golos, encontrou o caminho certo para a baliza, a centro perfeito de João Mário. Foi o 56º golo de Ronaldo pela Seleção, ele que não marcava pela equipa das quinas desde junho de 2015. Pelo meio, João Mário e André Gomes pouparam a Bélgica à expressão de uma goleada que passou ao largo, numa primeira parte dinâmica, com laterais ofensivos e um meio-campo muito reativo.
Na segunda parte, vieram as muitas experiências, saiu Ronaldo e Portugal entrou em gestão e contenção. Sofreu um golo, de Lukaku, algo facilitado por Fonte na marcação (ou na falta dela), apesar do enorme mérito no centro de outro Lukaku (o irmão de Romelu).
Santos continuou nos ensaios táticos, experimentando um 4x3x3 em que Éder pouco encaixou e também baixou a intensidade e dinâmica - ganhou muito mais a Bélgica com as substituições do que Portugal.
Os minutos finais foram para segurar um triunfo que tem efeitos anímicos importantes. Talvez por isso, Santos tivesse mantido a mesma linha defensiva durante os 90 minutos, num jogo que mesmo a feijões garantiu uma vitória que vem sempre a calhar: Portugal tinha perdido frente à Bulgária (1-0), mas ontem mostrou que está bem e recomenda-se.
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