Qarabag: da 'Hiroshima no Caúcaso' à prova rainha do futebol europeu
Clube do Azerbaijão quase morreu devido à guerra. Renasceu ao mudar de cidade.
"Hiroshima do Cáucaso". O terrível epíteto designa a ciade de Agdam, ou antes a antiga cidade de Agdam, hoje praticamente desabitada. Na guerra de Nagorno-Karabakh, que opôs a Arménia ao Azerbaijão entre 1988 e 1994, a Agdam capitulou. As bombas arménias reduziram a cidade a escombros e quando as tropas tomaram, definitivamente a cidade, em 1993, o clube mais famoso da terra já ali não morava.
O Qarabag, fundado em Agdam em 1951, deixou para trás o estádio Imarat em 1993, quando os arménios tomavam a cidade. Allahverdi Teymur, treinador principal da equipa, morreu nesse ano quando o carro que conduzia pisou uma mina.
Os 'cavaleiros', como são conhecidos os atletatas e adeptos do Qarabag, deixaram para sempre a terra que chegou a prosperar na era soviética. Agdam não voltou a ser habitada e é hoje uma cidade fantasma.
Desterrado, o clube mergulhou na ruína financeira e por pouco não desapareceu. Mas, por volta do ano 2001, a Azersun Holding, o mais importante conglomerado económico do Azerbaijão tornou-se patrocinador da equipa.
E foi assim que o Qarabag, agora radicado em Baku, capital do Azerbaijão, se transformou no clube mais poderoso do país. A equipa treinada pelo azeri Gurban Gurbanov desde 2008 ganhou os últimos cinco campeonatos nacionais.
Na época passada, o Qarabag foi a primeira equipa do Azerbaijão a entrar na fase de grupos da Champions, onde defrontou a Roma, o Chelsea e o Atlético de Madrid. Ficou em último lugar do grupo C, mas conseguiu dois empates muito celebrados.
Com várias presenças na Liga Europa, o Qarabag conta com vários estrangerios no plantel - incluindo o ex-leão Slavchev e é um adversário que não convem subestimar. Até porque a final desta edição da Liga Europa se joga em Baku, a capital do Azerbaijão e a cidade onde joga o Qarabag.
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