Roberto Carlos assume ter vivido situações de racismo em campo

Antigo futebolista brasileiro falou na Web Summit, onde apresentou uma plataforma para combater insultos nas redes sociais.

14 de novembro de 2023 às 18:21
Roberto Carlos Foto: Manuel de Almeida/Lusa
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O antigo futebolista internacional brasileiro Roberto Carlos afirmou esta terça-feira ter vivido situações de insultos racistas, semelhantes às do compatriota Vinicius Júnior, e considerou que o problema só pode ser resolvido pelas federações, FIFA e UEFA.

"Já passei pela mesma situação [do Vinícius] quando jogava em alguns estádios, onde vivi insultos e atos de racismo. Temos de ser muito inteligentes. Nós, jogadores, não podemos resolver nada. Quem tem de resolver é a FIFA, UEFA e as federações de cada país. Se há racismo, tem de haver punição", disse o antigo jogador, na Web Summit, onde falou sobre a plataforma Striver, que pretende combater o fenómeno do racismo nas redes sociais.

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Roberto Carlos explicou que a Striver "chega para colocar as pessoas no seu devido lugar e criar um ambiente seguro para todos", acrescentando: "É importante que os jogadores modernos interajam com o público e que a resposta seja positiva sempre. Na nossa época, não existia tanta rede social. Hoje, é necessário ter ferramentas necessárias para se protegerem. O mundo evolui e estamos a seguir essa evolução".

Vinicius Júnior, jogador do Real Madrid, tem sido alvo de inúmeros insultos racistas, que já levaram as autoridades brasileiras e espanholas a procurarem estratégias conjuntas para combater o problema, e o Alto Comissário das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos a pedir aos organizadores de eventos desportivos que implementem "estratégias para evitar o racismo no desporto".

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O antigo defesa esquerdo do Real Madrid considerou que "os insultos nas redes sociais ultrapassam o limite e está na hora de dizer basta. É difícil para um jogador saber que tem milhares de pessoas a insultá-lo".

Gilberto Silva, também antigo internacional brasileiro, admitiu também ter vivido momentos de racismo em campo, e defendeu que a "melhor maneira de lidar com o assunto é não dar voz" a quem os protagoniza.

"No Arsenal, na Liga dos Campeões, tive uma experiência dessas. Não podemos lutar contra um grupo estúpido de pessoas e não podemos condenar toda a gente por causa de um pequeno grupo de pessoas. Tenho de me focar em mim, na minha performance e em como posso ajudar a equipa. A melhor maneira para lidar com isso é não dar voz a essas pessoas", afirmou.

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O diretor executivo da Striver, que é descrita como uma plataforma livre de abusos nas redes sociais criada por futebolistas para os adeptos, garantiu estar a falar "com quatro ou cinco clubes da Premier League e também com um importante clube português".

"A Striver está a ser recebida de forma extremamente positiva e os feedback têm sido ótimos", disse Tim Chase.

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