Slimani marca e chora no adeus
Jesus é expulso e leões ficam isolados na liderança da Liga.
O Sporting é líder isolado da Liga após ganhar 2-1 ao FC Porto num jogo em que cedo se viu em desvantagem, mas também em que mostrou força mental para rapidamente dar a volta e inverter o resultado.
O clássico valeu pela intensidade posta em campo na primeira meia hora. Tivessem sido assim os 90’ e este seria, desde já, candidato a jogo do ano. Entrou melhor o FC Porto, a pressionar no meio-campo contrário, o que criou dificuldades de construção à equipa do Sporting, cujos jogadores acumulavam passes errados, nesta fase. De um livre a punir falta impercetível de Adrien sobre Danilo os portistas chegam à vantagem, por Felipe, após assistência do especialista Layún.
No banco, Jorge Jesus lê o jogo. Dá ordem a Bruno César para sair da faixa e ir para dentro. Nesse golpe equilibra forças e ganha o meio-campo.
O empate surge após novo erro de Tiago Martins, árbitro nervoso na estreia em clássicos. Não há falta de Felipe sobre Slimani mas ela é assinalada. Bruno César atira ao poste, Gelson recarga para defesa incompleta de Casillas e a bola sobra para a despedida sonhada por Slimani. Pouco depois, Gelson, com remate rasteiro à entrada da área, consuma a reviravolta. Tudo isto aconteceu em 25 minutos. Até ao intervalo só mais uma oportunidade para cada equipa.
Na segunda metade, o Sporting controlou, criou a melhor chance de golo (defesa enorme de Casillas após desvio de cabeça de William) e manteve a baliza de Rui Patrício longe de mais para as ténues investidas do FC Porto. Jesus, já fora do banco após expulsão, mostrou a Espírito Santo como se gere um jogo em vantagem.
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Análise do jogo
Positivo: Boa leitura no banco
Jesus ganhou o duelo tático com Espírito Santo. Ao ascendente inicial do adversário no miolo respondeu com uma mexida estruturante, sem ir ao banco. Bruno César largou Layún e foi compensar espaços vazios no meio-campo. O jogo foi outro.
Negativo: Dragão a perder fogo
O Sporting levou a segunda parte do jogo para o registo que mais queria. E aí se viu que o FC Porto não teve poder de fogo para assaltar a baliza de Patrício em busca do empate. O trio que saiu do banco (Óliver, Depoitre e Adrián) nada acrescentou.
Arbitragem: Árbitro acusa estreia
A estreia em clássicos não correu bem a Tiago Martins, que pareceu nervoso. Os dois primeiros golos do jogo nascem de faltas inexistentes. Certo no lance do 2-1: Casillas reclama mão de Ruiz mas o jogador leonino tem o braço imóvel junto ao corpo.
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Análise dos jogadores:
Sporting
Gelson Martins - O menino (21 anos) foi gigante no papel de João Mário. Decisivo no empate e implacável no 2-1, num forte remate.
Rui Patrício – Uma defesa e pouco mais numa tarde tranquila.
João Pereira – Dificuldades a defender e praticamente inexistente no ataque. Melhorou no segundo tempo.
Coates –Alguns passes falhados não mancham uma exibição segura.
Rúben Semedo – Um dos melhores. Cortou um golo que parecia certo. O central com raízes africanas limpou tudo o que havia para limpar.
Zeegelaar – Cumpriu mas sem grande brilhantismo.
William – O mesmo trabalho invisível de sempre, apesar de um início em falso. Teve na cabeça o 3-1, mas Casillas fez defesa incrível.
Adrien Silva – Teve nos pés o 3-1 ,mas não conseguiu enganar Casillas. Positivo.
Bruno César– Começou na esquerda, mas foi decisivo no centro. Atirou ao poste no livre do 1-1, numa exibição cheia de personalidade.
Bryan Ruiz – Quase não se viu numa tarde desinspirada.
Slimani – Despediu-se de Alvalade com um golo. Abnegado como sempre.
Campbell – Empolgou com boas movimentações.
Bruno Paulista – Deu músculo ao meio-campo.
Mané – Sem tempo.
FC Porto
FC PortoCasillas - Sofreu 2 golos e no primeiro demorou a reagir. Mas garantiu emoção até ao fim ao impedir Adrien e William de marcarem.
Layún –Marcou o livre para o golo de Felipe. A defender foi permissivo.
Felipe – Distinguiu-se mais pelo golo no clássico do que pela segurança defensiva.
Marcano – O central espanhol continua a ser um dos elos mais fracos da equipa.
Alex Telles – Regular, sem fazer a diferença.
Danilo – Tentou ser a muralha à frente da defesa. Ganhou e perdeu duelos.
Herrera – A tarde não foi memorável para o mexicano, que correu atrás do jogo.
André André – No início foi o azul-e-branco mais esclarecido. Depois perdeu fôlego e visão de jogo, exagerando na dureza.
Corona – Inconsequente. o Otávio – Outra aposta de Nuno Espírito Santo que não rendeu juros.
André Silva – Voltou a demonstrar poder de choque e vontade de resolver. Mas isso não chegou.
Óliver – Recém-chegado ao plantel, entrou na segunda parte. Fez mais passes longos do que criou jogo.
Depoitre – Trapalhão na oportunidade de golo que teve. Estreia sem brilho.
Adrián López – Minutos em campo, na hora do desespero.
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