O árbitro que estava a dirigir o jogo de futebol Rio Tinto - Canelas 2010 foi agredido por um jogador da equipa visitante, cujo capitão é Fernando Madureira, cabecilha da claque do FC Porto, Super Dragões. O juiz já teve alta hospitalar.
Tudo começou quando o árbitro José Rodrigues mostrou um cartão vermelho ao jogador Marco Gonçalves, da equipa do Canelas 2010. Rapidamente, alguns atletas da equipa de Fernando Madureira começaram por rodear o juiz e Marco acabou por agredi-lo com uma joelhada na cabeça.
"Depois de ter recebido a ordem de expulsão, o jogador rodeou o árbitro e agrediu-o com violência, com uma joelhada, atirando-o ao chão. Foi socorrido de imediato e ele próprio chamou o INEM para ser assistido no local, pois tudo leva a crer que partiu o nariz", esclareceu fonte do Rio Tinto em declarações à agência Lusa.
Após a agressão, cerca de cinco polícias invadiram o campo em defesa do árbitro, que já se encontrava a sangrar da cara. O jogo foi interrompido ao fim de dois minutos e não vai ser retomado.
O Presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, Luciano Gonçalves, confirmou ao Correio da Manhã, que o jogador Marco Gonçalves, suspeito de agredir o árbitro José Rodrigues, já foi identificado pela PSP. Será amanhã sujeito a interrogatório judicial.
O árbitro José Rodrigues abandonou o campo de futebol pelo próprio pé e foi transportado de ambulância para o Hospital de São João. O juiz partiu a cana do nariz, mas já teve alta hospitalar.
Também contactado pela Lusa, Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), classificou o ato como "vergonhoso" e alertou que situações como esta não devem voltar a acontecer.
"O que aconteceu é vergonhoso para o futebol e não pode voltar a acontecer. As instâncias têm que pôr mão nisto de alguma forma. Estas situações estão a passar o âmbito desportivo e têm que terminar. Porque corremos o risco que um dia apareça um árbitro morto num qualquer relvado", começou por dizer o dirigente.
Luciano Gonçalves explicou ainda que situações como esta têm sido recorrentes e que a necessidade de agir com "medidas severas" tornou-se imperativo.
"Sinto que estão a querer desvalorizar um assunto muito grave e, atendendo à gravidade das questões que têm vindo a acontecer, é necessário procurar em todas as instâncias soluções para colocar um ponto final nisto de uma vez por todas", esclareceu ainda.