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Benfica partiu sem favoritismo mas é bicampeão

Trinta e um anos depois.

24 de maio de 2015 às 09:28

O Benfica conseguiu, 31 anos depois, voltar a sagrar-se bicampeão nacional de futebol, ao vencer uma 81.ª edição da I Liga que liderou isolado desde a quinta jornada, depois de não partir como favorito.

A saída de muitos titulares e o forte investimento do FC Porto, na tentativa de impedir o 'bis' dos 'encarnados', fizeram temer o pior para os lados da Luz, só que Jorge Jesus voltou a ser mestre na arte de descobrir soluções.

Por seu lado, os 'dragões' apostaram tudo em Julen Lopetegui e falharam, ficando-se pelo segundo posto, à frente de um Sporting que se assumiu como candidato, mas nunca mostrou qualidade para acabar com uma 'seca' que dura desse 2002.

Sem dar luta aos 'grandes', o Sporting de Braga foi o melhor dos 'pequenos', rumando à Liga Europa, juntamente com Vitória de Guimarães e Belenenses, enquanto o Gil Vicente, cinco anos depois, e o Penafiel, que só durou um, 'caíram' à II Liga.

Campeão nacional folgado na época passada, com mais sete pontos do que o Sporting e 13 face ao FC Porto, o Benfica partiu a I Liga 2014/15 em dificuldades, face ao adeus de Oblak, Garay, Siqueira, Markovic, Rodrigo, André Gomes e Cardozo, sem esquecer a lesão de longa duração Fejsa.

A equipa demorou a render, mas, curiosamente, efetuou uma primeira volta quase perfeita ao nível dos resultados, cedendo apenas um empate (1-1 com o Sporting) e uma derrota (1-2 em Braga), em dois jogos que esteve a vencer.

Entre os 15 triunfos, destaque para o 2-0 no Estádio do Dragão, com dois golos de Lima, que foi decisivo para os comandados de Jorge Jesus fecharem a primeira metade seis pontos à frente do FC Porto. O Sporting seguia a 10.

FC PORTO COM ÉPOCA DECECIONANTE

O FC Porto teve em 2014/15 uma das suas épocas futebolísticas mais dececionantes, de nada lhe valendo o investimento ímpar, pois o título fugiu-lhe, novamente, para o eterno rival Benfica, que teve de refazer a equipa campeã.

O Benfica perdeu cinco dos habituais titulares, sem aparentemente os substituir com reforços com a mesma 'dimensão', e os 'azuis e brancos' apostaram forte no reforço do grupo, com o novo treinador, Julen Lopetegui, a gerir recursos apenas sonhados pelos seus antecessores.

Alterar profundamente o grupo custou 35 milhões, sensivelmente o mesmo do Benfica e quase o dobro do Sporting (18 milhões), porém o balanço foi de zero títulos.

O técnico basco foi a escolha para recuperar a hegemonia nacional e revolucionou a equipa com os seus desejos ao nível dos reforços substancialmente cumpridos, dispondo de todos os argumentos para atacar uma época exigente em várias frentes.

Depois de início prometedor, com resultados positivos e vários futebolistas a dar um 'ar' do seu valor, atenuando, assim, as naturais dificuldades da reconstrução de uma equipa, os dissabores de Lopetegui começaram com a prematura perda de pontos no campeonato, ligada à sua gestão do plantel.

O técnico apostou, sem hesitar, em alterações sistemáticas da equipa: privilegiou as oportunidades a (quase) todos, ao invés de estabilizar o 'onze'.

SPORTING PERDE PONTOS COM 'PEQUENOS'

O Sporting, que teve boa presença na 'Champions' e está na final da Taça de Portugal, comprometeu as aspirações ao título na I Liga portuguesa de futebol com os pontos perdidos em Alvalade, frente a equipas 'pequenas'.

Os 'leões' desperdiçaram seis pontos caseiros frente a Belenenses, Paços de Ferreira e Moreirense e oito nos redutos de Académica, Belenenses, Paços de Ferreira e Estoril, o que perfaz um total de 14 pontos perdidos com adversários que lutam por lugares a meio da tabela ou pela manutenção.

Não foram os empates com o Benfica, na Luz e em Alvalade, nem o empate e a derrota com o FC Porto, em Alvalade e no Dragão, que impediram o Sporting de lutar pelo título até ao fim, mas sim os resultados com adversários mais acessíveis, especialmente em casa.

O mau começo de época do Sporting revelou-se fatal, ao ceder um empate em Coimbra na primeira jornada e outro em casa com o Belenenses, à quarta, este depois de ter ido à Luz fazer um resultado positivo (1-1) frente ao Benfica.

De tal modo que à 13.ª jornada, a quatro para o final da primeira volta, estava praticamente arredado do título, em quinto lugar, a 10 pontos do líder Benfica. 

De destacar no percurso da equipa orientada por Marco Silva uma fase crítica, que coincidiu com a pesada derrota em Guimarães, por 3-0, à nona jornada, derrota essa que suscitou um comentário do presidente Bruno de Carvalho na rede social Facebook, na qual tecia duras críticas à falta de atitude dos jogadores que caíram como uma 'bomba' no balneário.

BRAGA REGRESSA À EUROPA

O quarto lugar da I Liga de futebol e a possibilidade de conquistar a Taça de Portugal, cuja final disputa com o Sporting, fazem desta uma época que pode ficar na história do Sporting de Braga.

No sábado, os bracarenses puseram fim a um ciclo de seis jogos sem ganhar, o pior da época, goleando o Vitória de Setúbal (5-0) e confirmando o quarto posto, uma melhoria clara face ao nono lugar da época passada.

A primeira posição logo a seguir aos 'três grandes' do futebol português garante-lhes o regresso direto à fase de grupos da Liga Europa, o que já não acontecia há duas temporadas (em 2013/14, perdeu no play-off).

A época, contudo, ainda não terminou para os bracarenses, que disputam no próximo domingo a final da Taça de Portugal com o Sporting, a quinta da sua história, sendo que apenas por uma vez a conquistaram (há quase 50 anos, em 1966).

Em caso de triunfo, será uma temporada de exceção para os minhotos, que juntariam a um quarto lugar a sua segunda Taça de Portugal, o troféu de maior importância que possuem no seu museu - venceram também a Taça da Liga, em 2012/13.

Sob a batuta de Sérgio Conceição, os bracarenses tiveram a melhor sequência de resultados entre a 19.ª e a 23.ª jornadas, com cinco triunfos consecutivos, que os levaram a ultrapassar o Vitória de Guimarães e a 'colarem-se' ao terceiro lugar, ocupado pelo Sporting (47 pontos dos 'leões' contra 46 dos minhotos).

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