André Almeida regressou esta sexta-feira à equipa do Benfica para lhe oferecer uma das vitórias mais suadas da época. Com o jogo empatado 1-1, o capitão das águias correspondeu a preceito a um passe curto de Vinícius, bem no meio da área, e bateu Beunardeau pela segunda vez, aos 89 minutos. Um lance que garantiu os três pontos e deu descanso à plateia da Luz, que quase entrava em curto-circuito perante a perspetiva de um tropeção numa partida onde sobejaram oportunidades de golo para os encarnados.
O dono da braçadeira não jogava desde 30 de novembro, dia em que se lesionou no decorrer de um jogo frente ao Marítimo, bem mais tranquilo para o Benfica, que ganhou então por 4-0. Dir-se-ia que estava guardado para sexta-feira. Sem VAR, contudo, a história do encontro teria sido outra, pois André Almeida chegou a estar expulso, após uma ‘entrada’ imprudente sobre Mangas, aos 52 minutos. Carlos Xistra mostrou-lhe o cartão vermelho, mas acabou por retificar, após chamada de atenção pelo vídeo-árbitro. Decisão acertada, pois há falta de André Almeida, mas não merecedora de expulsão.
O capitão acabou, pois, por ser a figura na noite em que os olhos dos adeptos das águias procuravam o dono da camisola 28. Mas Weigl, reforço acabadinho de chegar, mostrou que precisa de mais tempo para se integrar nas dinâmicas coletivas do Benfica. Andou às apalpadelas e deixou para segundas núpcias a verdadeira análise ao que pode acrescentar. Esta sexta-feira não fez nada e acabou por sair aos 61 minutos.
Passemos então à cronologia do jogo. O Benfica fez uma deficiente abordagem do mesmo. Começou em ritmo baixo e deixou o Desp. Aves ganhar confiança. Os nortenhos identificaram rapidamente onde estava a brecha a explorar para chegar à baliza de Odysseas. Fizeram-no por uma vez, por duas vezes e à terceira chegou ao golo, por Mohammadi. Só então o Benfica percebeu que, frente ao último classificado, não bastava atirar as camisolas para dentro do campo.
Acelerou, a partir dos 25 minutos, e aumentou a carga na segunda parte, que quase passou a ter sentido único. Beunardeau brilhava na baliza e só de penálti foi batido pela primeira vez, aos 76 minutos (golo de Pizzi), num lance a punir carga de Falcão sobre Vinícius, que rendera ao intervalo o inconsequente Jota. Medida acertada de Lage, pois foi dos pés de Vinícius que saiu também o passe para o 2-1.
"Não gostei de como sofremos o golo" "Vitória arrancada a ferros pelo número de golos, porque em termos ofensivos tivemos uma produção muito boa para marcar mais do que dois golos. Defensivamente, não gostei, não gostei da forma como sofremos o golo", disse Bruno Lage, técnico do Benfica.
O treinador português referiu, de seguida, que é necessário melhorar certos aspetos táticos. "Para representar um clube como o Benfica é necessário justificar. Temos trabalhado para não permitir estes espaços. Temos de continuar a trabalhar para crescer e ser uma equipa no seu todo", vincou Lage, salientando a boa exibição de Weigl. "Estamos muito satisfeitos. Acabou de chegar e precisa de jogar para ter rotinas", disse.
O técnico das águias falou ainda da importância do apoio incondicional dos adeptos. "Nunca enervaram a equipa e sentimos o apoio deles. Foi por isso que a equipa acreditou sempre", rematou.
André Almeida: "Não acertei com as pernas, acertei com a barriga"
André Almeida viu o cartão vermelho após entrada sobre Mangas, mas o árbitro, com auxílio do VAR, voltou atrás na decisão e mostrou amarelo. O defesa não ficou surpreendido com a decisão. "Estava tranquilo. Não acertei com as pernas, acertei com a barriga. O árbitro reviu o lance e teve a mesma opinião", disse. O capitão do Benfica acabou por ser decisivo no jogo ao fazer o 2-1. "Dedico o golo à minha sobrinha que faz hoje [sexta-feira] 11 anos", disse.
"Benfica foi um justo vencedor"
"O Benfica acaba por ser um justo vencedor pelas oportunidades que criou, sabíamos que íamos ter dificuldades", referiu Nuno Manta Santos.